Orientação sexual e socialização de género: efeitos no desenvolvimento do trabalho doméstico em casais heterossexuais
Sexual orientation and gender socialization: developmental effects of domestic labor in heterosexual couples
La orientación sexual y la socialización de género: efectos sobre el desarrollo de la mano de obra doméstica en las parejas heterosexuales
Madalena Cunha, Eduardo Santos & Estudantes do 23º CLE
Stresse dos estudantes nas aulas práticas de Enfermagem: Um estudo exploratório
Students' stress in Nursing practical classes: An exploratory study
El estrés en los estudiantes en las clases prácticas de enfermería: un estudio exploratorio
Isabel Maria Batista Araújo
CIÊNCIA ONLINE - A UTILIZAÇÃO DE E-QUESTIONÁRIOS NA PESQUISA EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MENTAL
SCIENCE ONLINE - THE USE OF E-QUESTIONNAIRES IN MENTAL HEALTH NURSING RESEARCH
CIENCIA ONLINE : EL USO DE E-CUESTIONARIOS EN LA INVESTIGACIÓN EN ENFERMERÍA DE SALUD MENTAL
Ana Paula Teixeira de Almeida Vieira Monteiro; Aida Cruz Mendes
REABILITAÇÃO NA PESSOA IDOSA EM SITUAÇÃO DE AVC COM ALTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO POSTURAL
REHABILITATION IN THE ELDERLY IN A SITUATION OF STROKE, WITH CHANGES IN THE POSTURAL BALANCE
REHABILITACIÓN DE ADULTOS MAYORES EN SITUACIÓN DE AVC CON CAMBIOS EN EQUILIBRIO POSTURAL
Ana Lúcia da Silva João; António Fernando Saldanha Portelada
FATORES EXPLICATIVOS DA APRECIAÇÃO DE FILMES CÓMICOS EM PESSOAS COM DOENÇA RENAL CRÓNICA
FACTORS THAT INFLUENCE THE APPRECIATION OF HUMOROUS MOVIES IN PEOPLE WITH CHRONIC KIDNEY DISEASE
FACTORES QUE INFLUENCIAN A APRECIACIÓN DE PELÍCULAS CÓMICAS POR PERSONAS CON ENFERMEDAD RENAL CRÓNICA
Luís Manuel Mota de Sousa; Cristina Maria Alves Marques-Vieira; Sandy Silva Pedro Severino; Juan Luis Pozo Rosado; Helena Maria Guerreiro José
Debates parlamentares na 1ª República e no Estado Novo. Levantamento de fontes para o estudo da história de enfermagem.
Parliamentary debates in the 1st Republic and the New State. Survey sources for the study of nursing history.
Debates parlamentarios en la 1ª República y el Estado Nuevo. Fuentes para el estudio de la historia de la enfermería.
Paulo Joaquim Pina Queirós; Antonio José Almeida Filho; Ana Paula Almeida Monteiro; Tânia Cristina Franco Santos; Maria Angélica de Almeida Peres
EDITORIAL
Se consultarmos o relatório “State of Innovation” publicado este ano pela Thomson Reuters, verificamos que 2015 foi um dos anos mais ativos com um crescimento de 13.7 % na área da inovação. Foi o ano da colaboração assente na multidisciplinaridade, cunhado pelo termo “Collabovation”, para referir o elegante e audacioso processo efectivo de trabalho em equipa de inovação colaborativa, assente num processo de “polinização” cruzada. Na área da saúde, assinala-se também uma necessidade muito especial em criar, desenvolver e integrar as ideias dentro de uma matriz que as permite chegar ao mercado. Não basta o desafio intelectual, é necessário uma integração virtuosa entre as academias, centros de investigação, contextos da prática e empresas para que em conjunto sejam envidados os esforços necessários. É pois necessário integrar todas as fases do ciclo de inovação, que vão desde a descoberta, criação de protótipos e sua avaliação funcional e de segurança inscritos nos processos de investigação, proteção da propriedade intelectual para futura comercialização, até a sua avaliação de entrada no mercado. Daí que, para que este processo tenha sucesso, seja necessário o tal conceito de “collabovation” no qual a investigação apresenta um papel crucial, nomeadamente na produção de evidência empírica, seja através da prova de conceito evidenciando a sua vantagem competitiva, seja pela sua efectividade. Sabendo que a saúde é uma das áreas que mais solicita a respostas, tal como evidenciam os ranking da inovação onde frequentemente surge de forma destacada, urge criar uma agenda, liderada pela academia. Acresce ainda que, para o sucesso deste processo produtivo inovador, há a necessidade da criação de equipas multidisciplinares oriundas de várias áreas do saber (Enfermagem, medicina, engenharia, química, robótica, física, etc.) com a participação de profissionais (prática clínica) e investigadores de diferentes contextos (várias áreas da ciência) associados a empresas para fazerem a síntese de todo o processo.
A atividade empreendedora global nos últimos sete anos cresceu em 11 dos 12 sectores, atingindo o seu pico máximo em 2015, liderado por três grandes sectores do qual faz parte a saúde, representado pelos Dispositivos Médicos. Só em 2014 foram registados 106771 dispositivos médicos em todo o mundo representando um aumento de 28% em 2015 com 136316 inovações.
É neste enquadramento que se afirma estratégico envidar esforços concertados para a criação de valor para o mercado seja pela criação de novas ideias para fazer face aos antigos e novos problemas na área da saúde, criação de novos produtos, prototipagem, teste e avaliação da segurança dos novos dispositivos médicos e/ou serviços no qual a investigação clínica deverá ocupar um lugar de destaque. As academias não se deverão alhear destes processos, pois em última instância a missão da academia é criar valor para o cidadão traduzindo-se em melhoria da qualidade de vida com ganhos em saúde.
Na área da saúde requer-se assim um efectivo esforço concertado para a criação de produtos e/ou serviços com vantagens competitivas para os utentes, famílias, cidadãos, profissionais e organizações, sendo necessário a criação de consórcios entre diferentes academias de diferentes áreas do saber, assentes nos problemas da prática clínica, do cidadão, das famílias, sendo por isso determinante investigar tais inovações, lideradas por investigadores peritos na área da saúde. Os indicadores mundiais espelham uma atenção crescente na área da saúde onde são requeridas mais respostas às necessidades dos cidadãos. Daí que terá de ser um imperativo nacional investir na investigação clínica, dada a forte relação entre investigação e inovação na área da saúde. Nesta área, o conhecimento científico e a investigação académica classicamente precedem a descoberta, seguindo-se a necessária protecção sobre os direitos da inovação, sendo por isso determinante antecipar que áreas e que tópicos investigar, numa tentativa de antecipar e melhor compreender, que problemas iremos enfrentar no futuro e que formas poderemos encontrar para os melhor gerir. Não é em vão que os Programas do “Portugal 2020” e “Horizonte 2020” valorizam as respostas a problemas específicos e locais com aplicação global aos cidadãos europeus, alicerçando-se numa efetiva e forte cooperação entre a academia e a empresa ao invés duma excessiva valorização do conhecimento erudito mais típico do passado. Estamos presentemente a conceptualização da Triple Helix proposto por Etzkowitz. Nesta abordagem é bem enfatiza a importância das relações entre a indústria, o governo e a academia. A clássica relação entre a indústria e governo, característico da sociedade industrial tem dado lugar a uma crescente relação triádica entre academia-indústria-governo, característico da sociedade do conhecimento, no qual as instituições académicas ganham destaque no fomento dessa relação.
A Enfermagem deverá alinhar-se com este desígnio.
Pedro Parreira
(Conselho Cientifico da RIE)