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SUMÁRIO

  • CUIDADOS COM AUTO-CATETERIZAÇÃO INTERMITENTE
  • A INFLUÊNCIA HIPOCRÁTICA NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS ENFERMEIROS
  • TÉCNICA DE REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA EM PESSOAS INTERNADAS POR TENTATIVA DE SUICÍDIO
  • CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA EM MENORES
  • CONSTRUÇÃO DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DO RISCO DE QUEDA DA CRIANÇA HOSPITALIZADA: "SEMPRE EM PÉ"

EDITORIAL

Nos últimos dias assistimos a alguns episódios infelizes na nossa profissão. Depois de um membro do conselho diretivo da OE ter sido demitido fez denúncias na comunicação social sobre alegadas práticas que configurariam ilícitos no seio do conselho diretivo.
Claro que a comunicação fez eco dessas denúncias e, logo após, começaram a surgir vozes e comentários nas redes sociais que questionavam o interesse em ter uma ordem, juízos de valor sobre a dignidade da profissão, sobre a ética das pessoas, também sobre a bondade do que tinha sido feito, sobre a maldade da comunicação social, mas sobretudo assistimos ao renascer dos ex-candidatos que se apressaram a comentar.
Sobre este assunto gostava de dizer que estes episódios não colocam em causa a importância a necessidade da OE nem a dignidade da profissão, mas apenas os seus intervenientes.
Só um grupo profissional maduro pode ser autorregulado. A Enfermagem ao longo do seu percurso histórico de desenvolvimento enquanto disciplina e profissão já demonstraram e continuam a demonstrar a sua maturidade, é por isso que o Estado ao reconhecer lhes permite autorregular-se através de uma Ordem constituída por membros da profissão e não por outros profissionais ou organizações. Este facto é essencial para que nos possamos afirmar socialmente assumindo o controlo da profissão.
Mas há neste episódio uma clara falta de ética de múltiplos intervenientes, desde logo de quem alegadamente cometeu, ou permitiu que se tivessem cometido, as infrações noticiadas, mas também de quem as denunciou fora do seio da ordem quando o podia ter feito enquanto membro dos corpos sociais, ou pura e simplesmente ter solicitado escusa da obtenção dos benefícios denunciados.
Pensamos que tudo o que se passou deve ser objeto de uma forte reflexão para todos nós. As organizações têm que ser escrutinadas e cada um de nós deve participar ativamente nesse escrutínio. Para isso é indispensável que haja transparência. O trabalho dos representantes da profissão não pode prejudicar quem o realiza sob pena de não conseguirmos ter os melhores (primus inter pares) a representar-nos. Quando alguém se propõe ocupar estes cargos está a colocar em risco a sua carreira profissional, muitas vezes o seu percurso académico e portanto deve ser compensado desse esforço, mas tudo isso deve ser transparente.
Vamos esperar que as coisas se clarifiquem sem alaridos e que os culpados, se os houver, que sejam penalizados.

António Fernando S. Amaral, Enfermeiro
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