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SUMÁRIO / SUMMARY
EDITORIAL
ARMÉNIO GUARDADO CRUZ

ERROS DE PREPARAÇÃO/ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM, EM CONTEXTO DE CUIDADOS INTENSIVOS. QUE ESTRATÉGIAS?
ERRORS OF PREPARATION/ADMINISTRATION OF MEDICATION IN NURSING PRACTICE, IN INTENSIVE CARE UNITS. WHAT STRATEGIES?
ERRORES DE PREPARACIÓN/ADMINISTRACIÓN DE MEDICACIÓN, EN LA PRÁCTICA DE ENFERMERÍA, EN UNIDADES DE CUIDADOS
INTENSIVOS. QUÉ ESTRATEGIAS?
ANA SOFIA BATISTA SILVA

AS PERTURBAÇÕES MÚSCULO-ESQUELÉTICAS NO TRABALHO EM SAÚDE: AS DIMENSÕES ORGANIZACIONAL E PSICOSSOCIAL
MUSCULOSKELETAL DISORDERS IN HEALTH AT WORK: THE ORGANIZATIONAL AND PSYCHOSOCIAL DIMENSIONS
TRASTORNOS MUSCULO ESQUELÉTICOS EN EL TRABAJO SANITARIO: LAS DIMENSIONES ORGANIZATIVAS Y PSICOSOCIALES
ANA RITA CASTRO MACHADO; CLARA DE ASSIS COELHO DE ARAÚJO

ESTUDO RN4CAST EM PORTUGAL: WORK ENGAGEMENT DOS ENFERMEIROS
RN4CAST STUDY IN PORTUGAL: NURSES' WORK ENGAGEMENT
ESTUDIO RN4CAST EN PORTUGAL: WORK ENGAGEMENT DE LOS ENFERMEROS
ALEXANDRA MARQUES PINTO; ÉLVIO HENRIQUES DE JESUS; AIDA MARIA DE OLIVEIRA CRUZ MENDES; INÊS SANTOS ESTEVINHO FRONTEIRA

QUE REFERENCIAIS TEÓRICOS SUPORTAM AS TESES DE DOUTORAMENTO EM ENFERMAGEM EM PORTUGAL? UMA ANÁLISE DAS TESES
WHAT THEORETICAL FRAMEWORKS SUPPORT THE THESIS OF PHD IN NURSING IN PORTUGAL? AN ANALYSIS OF THE THESES
QUÉ MARCOS TEÓRICOS APOYAN LA TESIS DE DOCTORADO EN ENFERMERÍA EN PORTUGAL? UN ANÁLISIS DE LAS TESIS
SÓNIA MARGARIDA SANTOS COELHO; ISABEL MARGARIDA DIAS MONTEIRO MENDES

ESTUDO DE VALIDAÇÃO DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DE CONDUTAS DE MOBBING (EACM)
VALIDATION STUDY OF ASSESSMENT OF MOBBING CONDUCT SCALE (EACM)
ESTUDIO DE VALIDACIÓN DE LA ESCALA DE EVALUACIÓN DE CONDUCTAS DE MOBBING (EACM)
ANA LÚCIA DA SILVA JOÃO

O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA NO CUIDAR DA FAMÍLIA DA PESSOA EM SITUAÇÃOCRÍTICA
THE COMMUNICATION PROCESS AS A THERAPEUTIC STRATEGY IN CARING FOR THE FAMILY OF THE PERSON IN CRITICAL CONDITION
EL PROCESO DE COMUNICACIÓN COMO ESTRATEGIA TERAPÉUTICA EN EL CUIDADO DE LA FAMILIA DE LA PERSONA EN SITUACIÓN CRÍTICA
MARISA BRASIL


ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE APRENDIZAGEM CLÍNICO, SUPERVISÃO E PROFESSOR DE ENFERMAGEM
ADAPTATION AND VALIDATION OF CLINICAL LEARNING ENVIRONMENTAL, SUPERVISION AND NURSING TEACHER EVALUATION SCALE
ADAPTACIÓN Y VALIDACIÓN DE LA ESCALA DE EVALUACIÓN DEL AMBIENTE DE APRENDIZAJE CLÍNICO, SUPERVISIÓN Y PROFESOR DE ENFERMERÍA
JOANA MARGARIDA MARTINS DA SILVA; MARIA ISABEL DOMINGUES FERNANDES; LUÍS MANUEL DE JESUS LOUREIRO


ESQUIZOFRENIA
SCHIZOPHRENIA
ESQUIZOFRENIA
CARLOS MELO-DIAS; CARLOS FERNANDES DA SILVA


TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO DA NURSE COMPETENCE SCALE (NCS) PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA
TRANSLATION, CULTURAL ADAPTATION AND VALIDATION OF NURSE COMPETENCE SCALE (NCS) FOR THE PORTUGUESE POPULATION
TRADUCCIÓN, ADAPTACIÓN Y VALIDACIÓN DE NURSE COMPETENCE SCALE (NCS) DE LA POBLACIÓN DE PORTUGAL
LUÍS MIGUEL NUNES DE OLIVEIRA; PAULO JOAQUIM PINA QUEIRÓS

 

EDITORIAL

As alterações que se tem verificado na carreira de enfermagem e no Sistema Nacional de Saúde, derivados da crise económica, com aumento da carga horária semanal para 40 horas, a falta de recursos humanos e materiais nas instituições de saúde, entre outros factos, tem contribuído bastante para a desmotivação e o esgotamento físico e psicológico dos profissionais de saúde, que se sentem incapazes de dar respostas positivas às necessidades dos cidadãos cada vez mais envelhecidos e dependentes, com impacto evidente na qualidade de cuidados e na qualidade de vida da população.

Por outro lado, mantém-se a incerteza em relação ao futuro do ensino da enfermagem, evidentemente, com reflexos no desenvolvimento da enfermagem como disciplina e profissão, para o qual a investigação é fundamental.

Nos últimos anos, fruto da formação avançada nos cursos de doutoramento e mestrado em Ciências de Enfermagem, e em áreas afins, assistiu-se a um aumento da produção e divulgação científica, com um incremento evidente no número de estudos empíricos desenvolvidos, mas também com uma melhoria significativa na qualidade metodológica e nas publicações dos resultados desses estudos.

Tem havido um esforço compartilhado, embora nem sempre articulado, dos diversos actores envolvidos em processos de investigação, seja na prática clínica seja em contexto académico e, inclusive, observou-se um aumento no financiamento, nomeadamente pela FCT, na formação avançada de enfermeiros, mas também em alguns projectos de investigação desenvolvidos, fruto da orientação política da União Europeia, que vê na investigação e na interdisciplinaridade o principal motor de crescimento económico e de competitividade.

Infelizmente, apesar das referidas orientações políticas europeias e nacionais, os investigadores continuam a ter dificuldades no financiamento, pois os processos são acompanhados por um excesso de burocracia, com uma agravante que se verifica mais recentemente: uma redução evidente do referido financiamento.

Os centros e unidades de investigação têm-se organizado, criaram equipas permanentes e secretariados qualificados, muitas vezes com recurso a bolseiros, para minimizar o peso burocrático na concepção e gestão de projectos de investigação. No entanto, continua a ser muito difícil aos investigadores, face também

às respectivas carreiras, darem resposta às cada vez maiores exigências no ensino e na investigação, e ainda terem que responder à máquina altamente burocrática existente. Actualmente, face às orientações políticas globais, a internacionalização e a colaboração interinstitucional em termos de investigação estão a ganhar cada vez maior dimensão, exigindo da parte dos investigadores o seu envolvimento em redes internacionais para captação de financiamentos.

Será que os investigadores na área da enfermagem estão preparados para esta nova realidade e estes novos desafios?

 

Arménio Guardado Cruz

 

ERROS DE PREPARAÇÃO/ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM, EM CONTEXTO DE CUIDADOS INTENSIVOS. QUE ESTRATÉGIAS?

Ana Sofia Batista Silva(1)

 

Resumo

Nas Unidades de Cuidados intensivos, pela complexidade da terapêutica, o uso de inúmeros medicamentos potencialmente perigosos administrados, associado à gravidade e instabilidade clínica dos doentes, os erros de preparação/administração de medicação, na prática de enfermagem, e as suas consequências para o doente, merecem particular atenção, justificando uma análise focalizada deste artigo de revisão.

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, com recurso às bases de dados CINHAL Plus with Full Text, MEDLINE Full Text, Cochrane Database of Systematic Reviews, com o objetivo de evidenciar estratégias de prevenção de erros de preparação/administração de medicação, na prática de enfermagem, em Unidades de Cuidados Intensivos.

Com os dados obtidos, conclui-se que a implementação de “zonas de não interrupção” na preparação de medicação e a implementação de código de barras na administração de medicação, diminuem os erros de preparação/administração de medicação, na prática de enfermagem, em Unidades de Cuidados Intensivos.

 

Palavras-chave: Erros de medicação, Prevenção, Enfermagem, Unidade de Cuidados Intensivos

 

(1) Mestre e Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica, a exercer funções no serviço de Cirurgia, na Unidade de Tomar, do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Email: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

 

As Perturbações Músculo-Esqueléticas no Trabalho em Saúde: as dimensões organizacional e psicossocial

Ana Rita Castro Machado (1); Clara de Assis Coelho de Araújo (2)

 

RESUMO

Este artigo relacionado com as Perturbações Músculo-Esqueléticas no Trabalho em Saúde resulta de um estudo de investigação de natureza mista cujo objetivo principal assenta na análise das condições e características do trabalho que podem desencadear perturbações músculo-esqueléticas nos profissionais de saúde.

A amostra é constituída por 14 indivíduos (7 enfermeiros e 7 auxiliares de ação médica) segundo uma estratégia não probabilística e acidental.

Os dados foram recolhidos a partir do INSAT2010 e da entrevista coletiva.

Os resultados dão conta de uma marcada exposição a constrangimentos de natureza física, biomecânica, organizacional e psicossocial, sendo os organizacionais os de maior impacto para a saúde. As estratégias utilizadas são ineficazes pois são direcionadas ao tratamento dos sintomas.

Sugere-se como estratégias alternativas a formação em contexto de trabalho e sessões organizadas de ginástica laboral na resolução dos constrangimentos, pelo que consideramos o Enfermeiro de Reabilitação facilitador na implementação destas estratégias.

 

Palavras-chave: Transtornos Traumáticos Cumulativos; Saúde do Trabalhador; Riscos Ocupacionais; Prevenção de Acidentes.

 

(1) Enfermeira Generalista, na Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde. Mestre em Enfermagem de Reabilitação.

(2) Professora Coordenadora, docente da ESS/IPVC. Doutora em Psicologia do Trabalho. Especialista em Enfermagem de Reabilitação.

 

 

Estudo RN4Cast em Portuga l: Work Engagement dos Enfermeiros*

Alexandra Marques Pinto (1); Élvio Henriques de Jesus (2); Aida Maria de Oliveira Cruz Mendes (3); Inês Santos Estevinho Fronteira (4)

 

RESUMO

Contexto: O engagement (envolvimento) com o trabalho pode definir-se como um estado cognitivo-afectivo positivo, persistente, relacionado com o trabalho e que se caracteriza por vigor, dedicação e absorção. Investigações têm demonstrado que as organizações com maiores

níveis de engagement entre os seus colaboradores tendem a apresentar melhores resultados quantitativos e qualitativos, assim como melhor satisfação, saúde e bem-estar dos seus clientes e colaboradores. Não obstante, estudos de âmbito mais alargado, particularmente na enfermagem, são ainda requeridos.

Objectivo: Descrever a percepção dos enfermeiros de serviços médico-cirúrgicos dos hospitais portugueses relativamente aos níveis de envolvimento com o trabalho e sua relação com algumas variáveis sociodemográficas e profissionais.

Material e métodos: Estudo quantitativo, observacional, transversal, analítico, envolvendo 2235 enfermeiros de unidades médico-cirúrgicas de adultos de 31 Hospitais portugueses. Os dados foram colhidos através da aplicação da Utrecht Work Engagement Scale (UWES) e de um questionário sociodemográfico e tratados com recurso à estatística descritiva e analítica.

Resultados: Os participantes apresentaram valores médios elevados de engagement, porém com níveis diferenciais entre regiões, hospitais e serviços. Uma clara diferenciação em relação à idade, à experiência profissional e ao sexo foi igualmente verificada. As enfermeiras apresentaram, de modo significativo (p≤0,01), maiores níveis de envolvimento com o trabalho, assim como os indivíduos dos grupos etários e de experiência profissional extremos.

Conclusão: Não obstante os níveis médios de engagement elevados, as diferenças verificadas entre as regiões, hospitais e serviços revelam a importância das condições organizacionais na explicação deste fenómeno. Por outro lado, a clara diferenciação dos níveis de engagement relacionados com a idade, a experiência profissional e o sexo, numa amostra maioritariamente feminina, e na qual os anos críticos para diminuição do engagement coincidem com as fases da vida onde poderão existir mais conflitos de desempenho de papéis familiares e profissionais,

deverão merecer especial atenção por parte das diferentes entidades responsáveis pelos sistemas de prestação de cuidados de enfermagem e pelos líderes da profissão. Estudos longitudinais, de casos de sucesso/insucesso e em outros contextos de cuidados são recomendados.

 

Palavras-chave: Work Engagement, Enfermeiros, Serviços Médico-cirúrgicos, RN4Cast

* RN4CAST - Nurse Forecasting in Europe (RN4Cast) - Human Resources Management for Nursing in Europe, a study on the impact of nurse deployment on patient safety (www.rn4cast.eu/).

 

(1) Professora Auxiliar na Faculdade de Psicologia da Universidade Nova de Lisboa. (Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)

(2) Professor Auxiliar Convidado no ICS da Universidade Católica Portuguesa.

(3) Professora Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

(4) Professora Auxiliar no IHMT da Universidade Nova de Lisboa.

 

 

Que referenciais teóricos suportam as teses de doutoramento em Enfermagem em Portugal?

Uma análise das teses

Sónia Margarida Santos Coelho (1); Isabel Margarida Dias Monteiro Mendes (2)

 

Resumo

Problemática: A Enfermagem, como qualquer outra área do saber e de profissão, necessita de produção e de renovação contínuas do seu próprio corpo de conhecimentos, sendo o contributo da investigação essencial para o seu desenvolvimento. No âmbito do 3º ciclo de estudos, existem programas de Doutoramentos na área de enfermagem em Portugal desde 2001, iniciando-se no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) – Universidade do Porto, e posteriormente, nas Universidade de Lisboa (UL) e Universidade Católica (ICS-UCP).

Métodos: Realizou-se uma investigação descritiva, de natureza bibliográfica, com abordagem quantitativa, pesquisando nos repositórios das três universidades acima mencionadas as Teses de doutoramento/doctoral theses de Enfermagem em 03 de abril de 2014 com o objectivo de

saber quais as teorias/modelos/perspectivas teóricas de enfermagem mais utilizadas nas teses de doutoramento em enfermagem/ciências de enfermagem em Portugal. Encontraram-se 114 registos de teses nos três repositórios institucionais, foram removidos os registos das teses

de doutoramento de outras áreas do conhecimento e as inacessíveis. Ficaram para análise 89 teses que foram agrupadas de acordo com as teorias/modelos/perspectivas teóricas abordadas.

Resultados: A maioria das teses de doutoramento de enfermagem/ciências de enfermagem utilizou como referencial teórico alguma teoria/ modelo da área de Enfermagem (44.94 %), 32 teses não se encontram vinculadas a teoria/modelo/perspectiva teórica específico. Outras disciplinas do conhecimento foram focadas nas teses como Psicologia; Educação; Filosofia; Direito; Sociologia. Vários referenciais teóricos formam mencionados nas teses, a teoria das transições de Afaf Meleis e seus colaboradores é a mais utilizada, seguindo-se a Filosofia do Cuidado Transpessoal de Jean Watson.

 

Palavras-chave: Doutoramento; Enfermagem; Teóricas de Enfermagem; Modelos; Teorias

 

(1) Enfermeira no Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Mondego (Administração Regional de Saúde do Centro); Mestre em Enfermagem pela Universidade Católica Portuguesa; Mestre em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia e Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra; Doutoranda em Enfermagem no Centro de Investigação Interdisciplinar do Instituto Ciências da

Saúde – Universidade Católica Portuguesa (Porto).

(2) Enfermeira, Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, Mestre em Saúde Pública e Doutora em Ciências de Enfermagem. Professora Coordenadora da área científica de Saúde Materna e Obstetrícia na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

 

 

ESTUDO DE VALIDAÇÃO DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DE CONDUTAS DE MOBBING (EACM)

Ana Lúcia da Silva João (1)

 

Resumo

O mobbing é caracterizado pela repetição, durante um longo período de tempo, de comportamentos hostis e condutas desprovidas de ética, desenvolvidas por um superior ou colega de trabalho, contra outros trabalhadores.

No presente artigo de investigação é apresentada uma Escala que permite a Avaliação de Condutas de Mobbing no local de trabalho (EACM). Este instrumento foi construído com o intuito de avaliar a presença, frequência e intensidade, bem como os tipos de agressão que poderão ocorrer em contexto laboral.

A amostra era constituída por 310 pessoas que exerciam funções a nível laboral em Portugal. No tratamento estatístico utilizou-se o programa SPSS 17.

Foi efectuada a análise factorial e obtidos 6 factores que explicam 56,85% da variância total. A nomenclatura atribuída a cada dimensão da escala EACM, tendo em conta o referêncial teórico foi designada por: bloqueio à comunicação e ao progresso; isolamento e humilhação laboral; difamação pessoal; intimidação e agressão física; sobrecarga e desprestigio laboral, manipulação profissional.

Em todas as dimensões obtidas através da análise factorial foram encontrados valores de alfa de Cronbach aceitáveis à realização do estudo.

 

Palavras-chave: Agressão psicológica, Maltrato laboral, Relações laborais.

 

(1) Enfermeira. Hospital Distrital de Santarém – Serviço de Cirurgia Geral

 

 

O processo de comunicação como estratégia terapêutica no cuidar da família da pessoa em situação crítica

Marisa Brasil (1)

 

Resumo

Problemática: As unidades de tratamento intensivo são lugares onde a incerteza, a falta de tempo dos profissionais e a valorização do tecnicismo em detrimento do cuidado holístico são condicionantes que geram ansiedade nas famílias. A comunicação como estratégia terapêutica no cuidar da família da pessoa em situação crítica pode contribuir para a humanização dos cuidados, ajudando a compreender as suas necessidades nesta fase de transição e a desenvolver as suas capacidades de resiliência.

Objectivo: Determinar a melhor evidência disponível relativamente às estratégias utilizadas pelos enfermeiros na comunicação com a família da pessoa em situação crítica.

Metodologia: O método utilizado foi o PI[C]OD.

Resultados: Os enfermeiros utilizam como estratégias de comunicação a escuta, a clarificação da informação, a compreensão, a atenção, a paciência, o cuidado individualizado e a empatia. O alargamento do horário das visitas e a criação de espaços de reunião são outras das estratégias utilizadas.

Conclusão: A Revisão Sistemática da Literatura realizada permitiu encontrar respostas para as questões inicialmente formuladas, contudo os estudos não parecem suficientemente exaustivos relativamente ao tema em questão. Em Portugal, encontrou-se apenas um estudo nesta área o que denota a necessidade de explorar mais esta temática.

Palavras-chave: Comunicação, enfermeiro, pessoa, família, cuidados humanizados.

 

 

Adaptação e Validação da Escala de Avaliação do Ambiente de Aprendizagem Clínico, Supervisão e Professor de Enfermagem

Joana Margarida Martins da Silva (1); Maria Isabel Domingues Fernandes (2); Luís Manuel de Jesus Loureiro (3)

 

Resumo

Contexto: Para que um estudante de enfermagem tenha uma aprendizagem significativa em contexto clinico necessita do suporte que a relação supervisiva lhe proporciona. Quanto mais forte for a relação entre os atores deste processo maior será a facilitação da aprendizagem

e do desenvolvimento profissional do estudante. Objetivo: Adaptar e validar para a população portuguesa a Clinical Learning Environmental, Supervision and Nursing Teacher Evaluation Scale (CLES+T) de Saarikoski, Isoaho, Warne & Leino-Kilpi (2008). Metodologia: Esta investigação tem por base a metodologia quantitativa, focada num estudo de validação de instrumento, tendo o instrumento sido aplicado, após adaptação cultural, a 223 estudantes do 4º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem (CLE). Resultados: Os resultados obtidos revelam que a CLES+T apresenta valores de consistência interna considerados, estando compreendidos entre, 70 e 97 nas suas dimensões.

A medida de KMO (Kaiser-Meyer-Olkin) é de ,941, valor considerado muito bom, assim como o resultado do teste de esfericidade de Bartlett ( (561) = 6229,261; p=.000). Na análise realizada, emergiu uma solução com seis fatores, mais um que na versão original.

Conclusão: A CLES+T quando aplicada a estudantes de enfermagem revela ser uma medida válida e fiável. Sugerem-se outros estudos e que a aplicação da escala seja estendida a outras populações.

 

Palavras-chave: Estágios; Docente; Supervisão de Enfermagem; Estudantes de enfermagem

 

(1) Enfermeira; Mestre em Enfermagem, área de Supervisão, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra; Contacto: 916525405. Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

(2) Professora adjunta, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Doutorada em Didática. Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

(3) Professor adjunto, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Doutorado em Saúde Mental. Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

 

Esquizofrenia

Carlos Melo-Dias (1); Carlos Fernandes da Silva (2)

 

RESUMO

A esquizofrenia é uma doença de qualquer momento da vida, duma perturbação contínua da vulnerabilidade, que se pode tornar saliente em qualquer transição desenvolvimental.

A experiência da pessoa doente com esquizofrenia apresenta-se numa perspetiva centrada na pessoa considerando-se o continuum dinâmico, pretendendo salientar-se a desvantagem acumulada resultante desta circunstância clínica.

Questionou-se como sintetizar a desvantagem acumulada da circunstância da pessoa doente com esquizofrenia, numa visão centrada na pessoa, que seja clinicamente útil e atual?

A revisão baseou-se na pesquisa de Dezembro de 2012 e Fevereiro de 2013, em 15 bases de dados, selecionando apenas um artigo, de revisão, o mais recente, de cada base de dados, tendo Esquizofrenia no título.

A seleção dos 15 artigos permitiu uma abordagem lata e profunda das evidências que parecem traduzir a desvantagem acumulada na maior probabilidade de desemprego e de ser sem-abrigo; cerca de 2/3 nunca se casam, têm pouco contacto com a família, e têm poucos amigos,

sendo baixa a qualidade de vida percebida; e para as famílias um elevado peso (subjetivo e objetivo); reduzido acesso a tratamentos baseados na evidência, reduzido suporte social, e problemas financeiros; e para a sociedade redução substancial da produtividade, associada a semabrigo, ao desemprego, e elevada comorbilidade.

 

Palavras-chave: Esquizofrenia; Desvantagem; Enfermagem; Revisão Sistemática

 

(1) Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; Professor Adjunto na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), UCP Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria. Mestre em Ciências de

Enfermagem (ICBAS). Doutor em Enfermagem (Universidade Católica Portuguesa, Instituto Ciências da Saúde, Porto); Investigador na UICISA-E; Investigador responsável do Projeto PBE-MENTAL. Email:

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(2) Professor Catedrático. Doutorado em Psicologia Clínica e Agregação em Psicologia. Coordenador do Laboratório de Psicologia Experimental e Aplicada – PsyLab (Universidade de Aveiro). Investigador no IBILI, Coimbra Departamento Ciências da Educação. Universidade de Aveiro, Portugal. Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

 

TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO DA NURSE COMPETENCE SCALE (NCS) PARA A POPULAÇÃO PORTUGUESA

Luís Miguel Nunes de Oliveira(1); Paulo Joaquim Pina Queirós(2)

 

RESUMO

Enquadramento: O interesse na competência dos enfermeiros tem crescido de forma significativa, por motivos que se prendem com a qualidade dos cuidados e a segurança dos doentes. Compreender e analisar o conceito de competência é uma tarefa que se afigura difícil, se atendermos à diversidade de abordagens sugeridas na literatura disponível. O facto de não existir um conceito globalmente aceite, conduz a um potencial de polémica, ambiguidade e confusão. As divergências no significado e as definições adotadas nos locais de trabalho e nos

contextos educativos, afetam a interpretação dos resultados da investigação com implicações para a profissão. Parece estarmos todos de acordo quanto à necessidade de avaliar e medir a aquisição e o desenvolvimento de competências profissionais ao longo do tempo.

Objetivos: Contribuir para a tradução, adaptação e validação da Nurse Competence Scale (NCS) para a população portuguesa; descrever o processo de adaptação linguística e analisar as suas propriedades psicométricas; analisar a validade e fidelidade de um instrumento capaz de avaliar as competências do enfermeiro.

Metodologia: Foi realizada uma análise fatorial em componentes principais com rotação ortogonal varimax e análise da consistência interna, com os dados de uma amostra não probabilística de 1164 enfermeiros a trabalhar em Portugal.

Resultados: A versão portuguesa revelou possuir qualidades psicométricas boas e semelhantes às do instrumento original. Manteve a mesma estrutura fatorial, embora diminuíssem o número de itens. O coeficiente alfa de Cronbach total=0,973 garantiu a consistência interna do instrumento.

Conclusão: A escala NCS versão portuguesa evidenciou ser fiável e válida para a prática, ensino e investigação.

 

Palavras-chave: competência profissional, competência do enfermeiro, Nurse Competence Scale.

 

(1) MsC Universidade Católica Portuguesa; lic. Enfermagem Médico-Cirurgica. Professor adjunto ESEnfC.

(2) Postdoc ICBAS-UP; Phd Uex; MsC FMUC; Lic. Enfermagem de Reabilitação. Professor Coordenador ESEnfC.