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A PESSOA COM DEMÊNCIA AVANÇADA NO AUTOCUIDADO ALIMENTAR NO DOMICÍLIO: PERSPETIVAS DOS ENFERMEIROS
The person with advanced dementia in home food care: nursing perspectives
La persona con demencia avanzada en el cuidado de alimentos domiciliarios: perspectivas de enfermería
Rita Pereira; Manuela Cerqueira

COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS À FAMÍLIA DO DOENTE INTERNADO EM UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS - REVISÃO INTEGRATIVA
Communication bad news to the family of the patient hospitalized in intensive care unit - integrative review
Comunicación de malas noticias a la familia del paciente ingresado en unidades de cuidados intensivos - revisión integrativa
Rosa Silva; Maria José Catalão; Dulce Santiago

LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM OFFICE WORKERS: PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO ERGONÓMICOS
Musculoskeletal injuries in office workers: prevalence and ergonomic risk factors
Lesiones musculoesqueléticas en oficinas: prevalencia y factores de riesgo ergonómico
Ana Amélia Silva; Isabel Araújo

PROGRAMAS DE GESTÃO DE CASOS PARA CLIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Case management programs for clients with heart failure
Programas de manejo de casos para clientes con insuficiencia cardíaca
Tiago Alves; Sidónia Pacheco; Daniel Gonçalves; Mário Santos

FATORES ASSOCIADOS AO BURNOUT EM ENFERMAGEM
Factors associated with burnout in nursing
Factores asociados al burnout en enfermería
Pedro Alexandre dos Santos Ribeiro; Luís Miguel Mendes Canas; Paulo Alexandre Ferreira

A INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM EM CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS: REVISÃO INTEGRATIVA
The nursing intervention in palliative care in intensive care units: integrative review
La intervención de enfermería en cuidados paliativos en unidades de cuidados intensivos: revisión integrativa
Ana Guerreiro Almeida; Ana Maria Almeida; Joana Costa Pereira; Florinda Galinha de Sá

EDITORIAL
A Prevenção de Lesões no Pé em Enfermeiros: um Novo Foco de Saúde Ocupacional
As políticas institucionais de gestão da saúde e bem-estar dos profissionais no seu contexto laboral, as quais geralmente se traduzem em outcomes como a qualidade de vida, baseiam-se em intervenções e legislação próprias da Saúde Ocupacional. Neste sentido, para proteger de forma eficaz a saúde dos profissionais, nomeadamente dos enfermeiros, os quais estão expostos a um risco acrescido para desenvolver lesões relacionadas ao trabalho, é fulcral conhecer os fatores de risco, bem como principais sinais e sintomas associados. Recentemente, o International Council of Nurses (ICN, 2017), num documento intitulado de Saúde e Segurança Ocupacional para Enfermeiros, sublinhava que o ambiente de trabalho destes profissionais de saúde é considerado como um dos contextos mais agressivos para a saúde e bem-estar. A permanência em posições ortostáticas ou caminhar por longos períodos, tornam a atividade do enfermeiro extremamente desgastante para o sistema músculo-esquelético e neuromuscular, surgindo, a longo prazo, lesões que podem ser incapacitantes. Dentre as mais frequentes, encontram-se as relacionadas com os membros inferiores, particularmente a nível dos pés e tornozelos (Stolt et al., 2020). Apesar disso, os estudos com um foco nesta área são escassos (Stolt et al., 2015), e o conhecimento sobre a prevalência destas lesões e a sua relação com posições ortostáticas é pobre (Anderson et al., 2017), o que dificulta o desenvolvimento de intervenções preventivas eficazes. É comum que os enfermeiros identifiquem de forma tardia o início de lesões no pé, ou que as desvalorizem em fases iniciais, o que interfere de forma significativa no trabalho e nas atividades de vida diária. Os vários estudos que se focam em lesões ocupacionais em enfermeiros sublinham valores elevados de prevalência a nível da região cervical e lombar. Embora um facto objetivo, não é menos verdade que a qualidade do autocuidado a nível do pé e a eficácia das intervenções a esse nível, contribuem para o surgimento ou agravamento de lesões noutras regiões. A razão para esta hipótese é que o pé e tornozelo são a primeira interface entre o enfermeiro e a superfície de impacto, e têm uma funcionalidade que não pode ser ignorada. Quando se fala em autocuidado e funcionalidade da região do pé e tornozelo, inclui-se um amplo leque de conceitos, nomeadamente saúde podológica e calçado. O primeiro conceito compreende a interação de variáveis dinâmicas como forças e pressões exercidas durante a caminhada, e variáveis rígidas, como o arco do pé. O segundo varia em função do anterior, e deve ser o mais personalizado possível. Aqui reside um dos maiores problemas quando se estuda este tema. Por exemplo, nas Escolas de Enfermagem, onde essa escolha cabe à instituição, habitualmente os estudantes recebem o mesmo tipo de calçado, como parte do fardamento para o Ensino Clínico. Recentemente, tem-se investido em dispositivos inovadores e tecnológicos que permitem estudar de forma detalhada as variáveis associadas ao pé. É neste sentido que, por exemplo, na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E), da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), a utilização de plataformas de baropodometria tem servido para recolher dados podológicos importantes dos estudantes que vão para Ensino Clínico. Este é um tópico de investigação em fase embrionária, mas de importância reconhecida, e que deve começar a interessar aos enfermeiros, aos estudantes e às Escolas, advogando, assim, mais saúde e bemestar no trabalho.

Rafael Bernardes (Investigador UICISA: E); Arménio Cruz (Corpo Editorial, RIE)