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Sinais Vitais nº 60
Maio 2005

 

 


  

 

EDITORIAL
A oportunidade da comunidade neste início de século

É um dado adquirido que no domínio dos cuidados de saúde as necessidades da população estão em plena mutação tornando premente a necessidade de adaptar os serviços de saúde às necessidades específicas dos clientes, colocando-se cada vez mais a tónica dos cuidados de saúde na promoção da saúde, na prevenção da doença e acidentes, nos cuidados de (re)adaptação e suporte. É, também verdade, e ainda bem que assim é, que os clientes estão mais informados quanto às suas necessidades em matéria de saúde e desejam cada vez mais participar activamente nas decisões sobre os cuidados.
As mudanças referidas têm criado novas possibilidades aos cuidados de enfermagem, levando a que no mundo inteiro, e também em Portugal, se assista a uma evolução dos cuidados de enfermagem para responder às necessidades específicas das pessoas. Evolução que se fica também a dever aos progressos importantes que se têm feito no domínio do conhecimento e do desenvolvimento da formação na área das ciências de enfermagem.
Cada vez mais os enfermeiros têm assumido o desenvolvimento de novas e diversificadas formas de intervenção com vista a respeitar mais os interesses e necessidades da comunidade, tendendo para a excelência em matéria de cuidados de enfermagem centrados no cliente e na sua família e não de forma isolada. Hoje incluímos a família nas dimensões de informante, de cuidador e sistémica, como aponta Wright & Leahey (1994:2), “ incluir de forma deliberada da família no planeamento e prestação de cuidados ao cliente; desenvolver a capacidade de levar em consideração as necessidades da família como um todo, e não apenas as necessidades do indivíduo; e de reconhecer a importância das crises interpessoais, do seu impacto na saúde da família e a dar ênfase no estilo colaborativo, que respeita as forças da família e lhes dá apoio para encontrar as suas próprias soluções para os problemas identificados.
A utilização destas orientações são evidenciadas pelos enfermeiros nas diferentes situações de cuidados diferenciados, na intervenção comunitária, na educação para a saúde, na interacção intencional e deliberada decorrente da relação terapêutica diária. Denotam entretanto, mais notoriedade a nível dos cuidados à comunidade no âmbito dos cuidados de saúde primários.
Ciente que a reflexão sobre a situação da saúde e dos cuidados de saúde em Portugal, que se está a desenvolver no actual Ministério da Saúde situa-se a um nível sério, é esperado que os enfermeiros sejam identificados como um recurso de saúde para as pessoas e famílias uma vez que, seguramente, serão um valor acrescentado para os ganhos em saúde de que a nossa comunidade tanto necessita. Neste enquadramento faz todo o sentido a existência
do enfermeiro de família para trabalhar com as famílias ajudando-as a identificar problemas e a mobilizar os seus próprios recursos.
Hoje sabemos que a realidade é complexa exigindo o entendimento simultâneo de muitas relações, não só no interior da pessoa que está doente mas com os outros, com os familiares, com as comunidades em que vivem e com o ambiente.
Os cuidados centrados na família e a assunção do enfermeiro de família por parte da governação, são a principal oportunidade da nossa comunidade neste início de século.

Carlos Margato

 


 

ARTIGO
A Produção do Conhecimento Científico em Enfermagem Gerontogeriátrica em Portugal

AUTORES
Lígia Carreira (Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pelo programa de Pós Graduação da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP. Professora Assistente da Universidade Estadual do Centro-Oeste/Unicentro); Maria Arminda Mendes Costa (Enfermeira. Doutorada em Ciências da Educação. Investigadora em Cuidados de Enfermagem Gerontogeriátricos. Presidente do Conselho Directivo da ESEnfCP)

RESUMO
O estudo que se apresenta é de natureza analítica e tem como objectivo analisar a produção científica em Enfermagem Geriátrica e Gerontológica em publicações de revistas periódicas portuguesas entre 1999 a 2004, período correspondente aos seis primeiros anos da existência do Curso de Licenciatura em Enfermagem. A colheita de dados foi realizada através da identificação sistemática de todas as publicações sobre idosos realizadas em revistas de enfermagem em Portugal. Pela análise de dados constatamos que se verifica uma diminuição de publicações sobre idosos no período em análise e que os trabalhos escritos são predominantemente do tipo “artigo de investigação” e “relato informativo”; o tema central dos trabalhos são os cuidados ao idosos. Nos artigos de investigação, os idosos são os principais sujeitos estudados e predominam os estudos com abordagem quantitativa. Concluímos assim, que ainda há muitos assuntos a serem investigadas sobre os idosos, mas que os enfermeiros portugueses procuram ampliar os seus conhecimentos nesta área e, em consequência, melhorar a assistência prestada aos idosos.

PALAVRAS CHAVE
Idoso; Enfermagem; Cuidados; Investigação; Artigos.

ARTIGO
Suporte Social, uma Variável a Ter em Conta

AUTORES
António Pedro Lima Tojal (Enfº no Hospital Cândido de Figueiredo de Tondela – Serviço de Medicina); David Fernando Jesus Ramos (Enfermeiro no Hospital Cândido de Figueiredo de Tondela – Serviço de Cirurgia); Márcio Roberto de Oliveira Gomes (Enfº no Hospital Cândido de Figueiredo de Tondela – Serviço de Medicina)

RESUMO
Reflectimos aqui um pouco, sobre a temática do suporte social, nomeadamente na evolução que sofreu a sua conceitualização ao longo dos anos, dos tipos de Suporte Social bem como da sua relação com o fenómeno doença. Mostra-se ainda algumas conclusões de diversos estudos feitos sobre Suporte Social, e que fundamentaram a importância que hoje em dia lhe é dada, reconhecendo a influência que este exerce no estado de saúde do indivíduo.

PALAVRAS CHAVE
Suporte Social; Doença; Saúde.

 


 

ARTIGO
A Hospitalização da Criança… O Impacto na Família

AUTORES
José Sílvio de Sousa Freitas (Enfermeiro de nível I, Serviço de Internamento do Centro de Saúde da Calheta – Região Autónoma da Madeira); Susana Patrícia Franco Freitas (Enfermeira de nível I, Serviço de Urgência do Centro de Saúde da Calheta – Região Autónoma da Madeira)

RESUMO
A doença e a hospitalização constituem uma situação de crise tanto para a criança como para a família pois coaduna com uma complexidade de eventos financeiros, somáticos, psicológicos, relacionais e sociais. A experiência familiar da hospitalização pode tornar-se desestruturante ou numa fonte de crescimento e maturação consoante os factores envolvidos.

PALAVRAS CHAVE
Doença/Hospitalização da Criança; Crise Familiar; Sentimentos dos Pais.

ARTIGO
A Amamentação Materna

AUTORES
Liliana Manuela Pereira Santos (Enfermeira de nível I, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia); Catarina Filomena Massano Sapage (Enfermeira de nível I, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia)

RESUMO
Numa altura em que a procura do bem-estar material é a prioridade e a escassez de tempo é incontornável, a maternidade e os papéis que esta obriga a assumir, vão sendo, cada vez mais, secundarizados. Procuramos, neste trabalho, sensibilizar para a imprescindibilidade da Amamentação Materna, focando as suas vantagens, explicando o seu mecanismo fisiológico, bem como o correcto modus operandi. O Enfermeiro desempenha aqui um papel chave, quer ao nível da informação e ilucididação das mães, quer na selecção dos cuidados de enfermagem que tornem a Amamentação possível.

PALAVRAS CHAVE
Amamentação Materna; Sistema hormonal; Cuidados de enfermagem.

 


 

ARTIGO
Síndrome de Abstinência Neonatal Prestação de cuidados ao recém nascido

AUTORA
Lina Silva (Enfermeira de nível 1 UCI-RN, da Maternidade Dr. Alfredo da Costa)

RESUMO
O síndrome de abstinência é uma realidade frequentemente observada por enfermeiros em muitos recém- nascidos. É definido por um conjunto de manifestações na criança, que têm de ser corrigidas e controladas com vista a uma recuperação rápida e ao desenvolvimento normal da mesma. Neste processo, tanto os profissionais de saúde como os pais / família deverão estar envolvidos, dado que assumem um papel fundamental.

PALAVRAS CHAVE
Síndrome de abstinência; Droga; Recém-nascido; Pais/família; Enfermeiro; Equipa de saúde.

ARTIGO
O Mal do Coração. A experiência do enfarte e o regresso a casa

AUTOR
João Cainé (Assistente – Mestre em Ciências de Enfermagem, Escola Superior de Enfermagem/Universidade do Minho)

RESUMO
Pelo seu carácter brusco e imprevisível o Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) pode provocar alterações da qualidade de vida da pessoa, do seu quotidiano individual, bem como mudanças profundas da teia relacional familiar. Dada a necessidade de cuidados de longo termo dá-se enfoque à preparação do regresso a casa como estratégia facilitadora desse processo de transição.

PALAVRAS CHAVE
Enfarte agudo do miocárdio; Transição; Continuidade de cuidados.

 


 

ARTIGO
Factores que Influenciam o Aparecimento de Úlcera de Perna

AUTORES
Ana Luísa Costa Ferrão (Enfermeira Graduada - Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia); Ana Helena Isabel Loureiro Gomes (Enfermeira Nível I - Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia); Jason Silva (Enfermeiro Nível I - Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia)

RESUMO
A úlcera de perna é uma patologia grave devendo ser tratada numa perspectiva global, de forma a evitar a sua recorrência, mantendo sempre o equilíbrio biopsico-social da pessoa que poderá trazer grandes complicações tanto a nível físico, como psicossocial. Desta forma decidimos realizar um estudo descritivo correlacional cujo problema de investigação é: Quais os factores que influenciam o aparecimento de úlceras de perna? Procedemos a um levantamento estatístico dos factores que considerámos interferir no aparecimento da patologia, utilizando Teste do Qui-Quadrado para verificar a sua correlação.

PALAVRAS CHAVE
Úlcera de Perna; Envelhecimento; Sexo; Factores de risco; Varizes.

ARTIGO
Áreas de Intervenção dos Enfermeiros, na Adaptação da Pessoa à Situação de Doença

AUTORES
Ana Bastos; Ana Quesado; José Miguel Padilha; Luís Miguel Ferreira; Teresa Kraus (Alunos do XI Mestrado em Ciências de Enfermagem do Instituto de Ciências Biomédicas Abel de Salazar)

RESUMO
A situação de doença é um desafio à capacidade de adaptação da pessoa. A doença constitui um processo para o qual a pessoa pode não ter previamente estabelecido estratégias de intervenção. Face a esta situação podem emergir emoções desajustadas, actuando como um factor de desequilibro psicofisiológico, e/ou como um obstáculo à adesão ao regime terapêutico. Este trabalho de revisão bibliográfica pretende clarificar os conceitos de Stresse, Adaptação, Coping e definir focos de atenção de Enfermagem nesta área.

PALAVRAS CHAVE
Stresse; Adaptação; Coping; Diagnósticos de Enfermagem.

 


 

ARTIGO
Programa de Promoção de Bem-estar nos Toxicodependentes

AUTORES
José Eusébio Palma Pacheco (Professor-Adjunto na Escola Superior de Saúde de Faro – Universidade do Algarve); Nuno Murcho (Chefe de Divisão do Instituto da Droga e Toxicodependência – Faro); Saul Neves De Jesus (Professor Catedrático no Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – Universidade do Algarve); Andreia Sofia Pacheco (Finalista do Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – Universidade do Algarve)

RESUMO
Neste trabalho, os autores propõem um programa de bem-estar para os toxicodependentes. Neste sentido, tendo em atenção que o bem-estar não está presente nas pessoas com este tipo de dependência, e em que, a disposição motivacional para continuar ou parar de consumir essas mesmas substâncias pressupõe algumas fases, pretendemos desenhar uma intervenção dirigida aos estilos de vida dos toxicodependentes por forma a promover o bem-estar.

PALAVRAS CHAVE
Toxicodependência; Bem-estar; Droga.

ARTIGO
Úlceras de Pressão em Medicina Intensiva. Uma Vivência

AUTORES
Maria Júlia Carneiro Fernandes (Enfermeira Graduada, Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Infante D. Pedro); Maria Isabel M. Morgado (Enfermeira Graduada, Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Infante D. Pedro); Sara Mesquita Rua (Enfermeira Graduada, Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Infante D. Pedro)

RESUMO
A Escala de Braden é um instrumento de avaliação costituido por 6 itens, que nos permite quantificar o risco de um doente desenvolver Úlceras de Pressão e determinar as medidas preventivas adaptadas a esse mesmo risco. No entanto, a tomada de decisão em Cuidados Intensivos é constantemente condicionada pelo quadro clínico do doente, comprometendo a concretização e eficácia de algumas acções preventivas, de forma a minimizar o impacto dos factores de risco presentes. Assim, o aparecimento de úlceras de pressão em doentes críticos é, uma realidade por vezes inevitável.

PALAVRAS CHAVE
Escala de Braden; Doente crítico; Úlceras de pressão; Uniformidade de actuação.