Sinais Vitais no 70 Janeiro 2007 |
EDITORIAL
“Não há nada que prejudique mais a quem trabalha do que a presença daqueles que nada fazem” Não sei de quem é a autoria deste texto é um dito popular e portanto torna-se difícil, sobre ele, fazer uma referência bibliográfica. Mas esta é uma expressão que vem a propósito da vontade que o Ministério da Saúde tem de colocar marcadores de ponto para controlo de assiduidade nas instituições de saúde. A medida aos enfermeiros não afecta muito, veja-se pela falta de contestação, porque estamos habituados a cumprir horários a ser assíduos e, porque temos nos serviços Enfermeiros Chefes que controlam, de facto, essa assiduidade, gerem os períodos de férias, de modo a que os serviços fiquem assegurados, fazem com que nunca vão todos os enfermeiros para os congressos ou jornadas, têm a preocupação de gerir os cuidados e a distribuir os enfermeiros para a prestação desses cuidados de forma a garantir equidade na distribuição e qualidade na prestação. Mas será que esta forma de agir e de estar nas instituições de saúde é igual para todos os que nelas laboram? Parece que não. Não há dúvida que a forma como o estado paga aos seus funcionários, para além de ser considerada insuficiente para alguns e pouco para todos também não é feita de forma a incentivar maior produtividade e maior relação afectiva com o trabalho. O pagamento por salário, habitualmente baixo para as expectativas, para além de não criar os incentivos que seriam desejáveis de ligação entre prestador e cliente, também não é incentivador da produtividade, sobretudo se não existirem medidas que controlem essa produtividade e sobretudo a qualidade do que é realizado. Daí que se diga que o salário prejudica sobretudo quem trabalha. Mas existe outra característica desta forma de pagamento que pode ser condicionadora, é que, apesar desta forma de pagamento exigir um cumprimento de um determinado horário, como o montante auferido é considerado insuficiente, então utiliza-se exactamente o horário como forma de aumentar o rendimento. Isto pode criar-se a tendência para utilizar as horas em que se deveria estar nos serviços para obter um certo rendimento alvo que cada um desses profissionais almeja. A medida agora anunciada, e que criou tanto ruído, de controlar automaticamente a assiduidade, parece vir exactamente no sentido de fazer com que os profissionais cumpram o horário a que estão obrigados nos serviços a que pertencem, mas terá essa medida eficácia? Será que estar no serviço é sinónimo de estar de facto a trabalhar e a produzir? Estarão de facto os dirigentes disponíveis e até interessados em controlar a actividade utilizando critérios equitativos de distribuição do trabalho garantindo ao mesmo tempo a qualidade do atendimento? Ou vamos passar a ter muitos profissionais nos serviços, mas a fazer tudo menos o que deveria ser feito? Não sou contra a introdução da medida, mas penso que para que seja eficaz tem que ser acompanhada de outras, nomeadamente de incentivo à produtividade e à qualidade, que premeie os melhores e que produza profissionais satisfeitos.
Fernando Amaral
FAMÍLIA: A PRINCIPAL ESCOLA!Vânia Maria Oliveira Coimbra (Enfermeira a exercer funções no Centro de Saúde de Santa Maria da Feira)
RESUMO
Vivemos numa época tão conturbada pelas exigências da sociedade actual que se torna difícil alcançar um equilíbrio entre a função educativa dos filhos e o cumprimento das responsabilidades familiares. Como é que os membros da família se relacionam entre si? Até que ponto é que os pais participam no crescimento e desenvolvimento harmonioso dos seus filhos? Como é que os enfermeiros podem intervir na família e na comunidade? Estas são algumas questões pertinentes sobre as quais urge reflectir
A ANÁLISE DE CONCEITOS EM ENFERMAGEM UTILIZANDO A METODOLOGIA TRADICIONAL DE WALKER E AVANT
Ana Cristina Cardoso, Ivone Neves Quaresma, Lara Patrícia Régua, Mª Salomé Silva, Olga Hipólito Reis (Mestrandas do XIIIº Curso de Mestrado em Ciências de Enfermagem do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – UP
RESUMO
O desenvolvimento do conhecimento em enfermagem depende, em grande medida, do desenvolvimento de processos de investigação, tanto ao nível da formação como das práticas de cuidados. A enfermagem como ciência em processo de afirmação, confronta-se ainda com a necessidade de construir um corpo de conhecimentos próprios, que a distinga de outras profissões e que a credibilize como profissão autónoma. Uma vez que os conceitos são a base de qualquer corpo de conhecimentos, é fundamental desenvolver e clarificar o significado destes, no âmbito das respectivas disciplinas. A metodologia tradicional de análise de conceitos.
PALAVRAS-CHAVE: Análise de conceitos, Metodologia Tradicional, Família, Enfermagem de família.
O DOENTE INTERNADO NA UNIDADE DE AVC’S
Maria dos Anjos Berjano Valadas (Enfermeira Licenciada e graduada do Hospital do Espirito Santo de Évora)
Artigo recepcionado em 2005.
RESUMO
Os AVC’S, são uma causa comum de morbilidade e mortalidade na Europa, sendo a primeira causa de morte em Portugal e a principal causa de incapacidade nas pessoas idosas. A realidade tem demonstrado que os doentes com AVC, dispersos pelas enfermarias, não usufruem das sinergias que podem resultar de uma intervenção multiprofissional. Vários estudos têm demonstrado que novas formas organizativas dos serviços contribuem para mais ganhos de saúde tais como, menor mortalidade e incapacidade. As unidades de AVC têm sido apontadas como uma das formas que mais tem contribuído para esses ganhos. Pretendo com este trabalho, dar a conhecer o funcionamento da UAVC’S do HESE e de que forma os cuidados prestados nesta unidade contribuem para a recuperação do doente e para diminuir tanto a incapacidade funcional como as complicações pós AVC.
PALAVRAS-CHAVE: AVC; Unidade de AVC’S; Cuidados de Enfermagem.
CRIANÇA COM SIDA ATENDER ÀS SUAS NECESSIDADES
Teresa de Jesus Alves Afonso (Enfermeira Graduada, Hospital de Dona Estefânia – Unidade de Imuno-Hematologia)
Bruno da Silva Pinto Campos (Enfermeiro Graduado, Hospital de Dona Estefânia – Unidade de Imuno-Hematologia)
António João Amaral Penedo (Enfermeiro Graduado, Hospital de Dona Estefânia – Unidade de Imuno-Hematologia)
Artigo recepcionado em 2004.
RESUMO
Falamos actualmente da criança VIH/SIDA em processo de doença crónica. Falamos de idas regulares a consultas, de dor, dos internamentos prolongados, do medo do previsível e imprevisível, da falta dos amigos bem como da escola, dos brinquedos, dos irmãos, da ausência incompreendida dos pais/prestadores de cuidados mesmo quando têm que ir trabalhar ou simplesmente comer, falamos de rotinas desenquadradas da sua realidade habitual, de crianças doentes, dos medicamentos habituais, dos novos medicamentos, das refeições com restrições edos procedimentos invasivos.
PALAVRAS-CHAVE: VIH/SIDA; Criança e família; Cuidados de enfermagem; Hospitalização.
IMPACTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER NA FAMÍLIA
Patrícia da Graça Gonçalves Cordinhã (Enfermeiro de nível 1)
RESUMO
Com o envelhecimento populacional, o número de demências tem vindo a aumentar, sendo que a mais comum é a Doença de Alzheimer (DA). Esta afecta não só o doente como toda a família. Esta passa a ter uma tarefa de 24 horas no que se refere a cuidar o seu doente, tendo este facto várias repercussões no dia-a-dia familiar.
PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento; Demência, Doença de Alzheimer; Família.
INFECÇÕES HOSPITALARES UMA REALIDADE ACTUAL
Bárbara Susana Clímaco Rebelo (Enfermeira Licenciada, Nível 1, Serviço de Medicina/Pneumologia, Hospital Amato Lusitano – Castelo Branco)
João Pedro Oliveira Valente (Enfermeiro Licenciado, Nível 1, Serviço de Medicina/Pneumologia, Hospital Amato Lusitano – Castelo Branco)
Artigo recepcionado em 2003.
RESUMO
A enfermagem existe como uma ciência dedicada ao cuidado do Homem em todas as suas dimensões, espiritual, mental e física. Neste sentido, devemos reconhecer a evolução e dinâmica constantes na profissão de enfermagem, na tentativa de servir melhor a humanidade. As infecções hospitalares constituem uma temática bastante relevante, no âmbito da saúde, na qual a enfermagem interfere de modo decisivo e determinante. No decorrer da nossa actividade diária, adquirimos a responsabilidade de evitar a aquisição destas infecções, implementando procedimentos adequados, que evitem a disseminação de microrganismos. A prevenção, é sem dúvida, a melhor forma de combate-la.
PALAVRAS-CHAVE: Infecções Hospitalares; Enfermagem; Prevenção.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO DOENTE COM ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
Maria de Fátima Costa Sena Afonso (Enfermeira Graduada no Serviço de Medicina 2 do CHVNG)
Maribel Alves Almeida (Enfermeira Graduada na Unidade Coronária do CHVNG)
Paula Maria Cardoso da Silva Topa (Enfermeira Graduada na Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos do CHVNG)
Artigo recepcionado em 2004.
RESUMO
“A morte virá um dia, não é essa a questão. A morte não é o medo, a morte não é o problema. Mas se estiver vivo numa personalidade cadavérica, isso sim é o problema”. Os doentes com este tipo de patologia facilmente percorrem os vários estádios que caracterizam este síndroma, num curto espaço de tempo. Para isso torna-se necessário cada vez mais que o enfermeiro esteja atento e saiba identificar os vários sinais e sintomas indicativos de cada um dos estádios e que participe na identificação do(s) factor(es) precipitante(s) precipitante(s).
Palavras-chave: Encefalopatia Hepática; Cuidados de Enfermagem.
REANIMAÇÃO O TECNICAMENTE POSSÍVEL O ETICAMENTE ACEITÁVEL
Adriana Maria Prata Neves (Enfermeira de grau I, Serviço de Cardiologia do Hospital Geral de Santo António – Porto)
Carla Quintela Coelho (Enfermeira Graduada, Serviço de Cardiologia do Hospital Geral de Santo António – Porto)
Maria Goreti Teixeira Lopes (Enfermeira de grau I, Serviço de Cardiologia do Hospital Geral de Santo António – Porto)
RESUMO
O tratar até à última não é eticamente obrigatório. Com a elaboração deste trabalho os autores pretendem uma reflexão sobre as tecnologias possíveis a usar numa reanimação cardio-respiratória versus o reconhecimento do momento de dizer “basta”.
Palavras-chave: Reanimação; Dignidade humana; Reconhecer o limite; Princípios éticos.
A ADMISSÃO DO DOENTE VÍTIMA DE QUEIMADURA NA UNIDADE DE QUEIMADOS DOS HUC
Lurdes Miranda (Licenciada, Unidade de Queimados dos Hospitais da Universidade de Coimbra)
Marisa Lopes (Licenciada, Unidade de Queimados dos Hospitais da Universidade de Coimbra)
Susana Cardoso (Licenciada, Unidade de Queimados dos Hospitais da Universidade de Coimbra)
Artigo recepcionado em 2005.
RESUMO
O acolhimento do doente na Unidade de Queimados assume-se como uma importante e fundamental etapa no processo de evolução clínica. Um bom acolhimento possibilitará minimizar os receios e angústias que acompanham o doente e permitirá aos profissionais um conhecimento integral deste. A finalidade desta apresentação é dar a conhecer a realidade do Serviço de Queimados, de modo a desmistificar determinados conceitos presentes na sociedade actual e a sensibilizar para a necessidade de realizar determinados procedimentos.
Palavras-chave: Acolhimento; Doente Queimado; Cuidados de Enfermagem.
DEPRESSÃO PÓS-PARTO LÁGRIMAS E SORRISOS
Ana Isabel Neves (Enfermeira Graduada, Serviço Ginecologia/Obstetrícia, Hospital S. Bernardo, S.A., Setúbal)
Maria Deus Marques (Enfermeira Graduada, Unidade Cuidados Especiais Neonatais, Hospital S. Bernardo, S.A., Setúbal)
Artigo recepcionado em 2004.
RESUMO
Na sequência de novos conhecimentos técnico – científicos mas, também humanos, surge uma preocupação crescente na díade mãe – filho. É através desta inter-ligação que se forma o bem-estar da jovem mãe e do recém-nascido, contudo nem sempre este percurso surge conforme desejado. Ainda que o esforço do parto e os receios da gravidez tenham ficado para trás e o bebé tenha nascido saudável, muitas mulheres sentem-se tristes, com irritabilidade e hipersensibilidade depois do parto. Por definição o nascimento de um filho é um momento de grande emoção e felicidade. Não obstante, essa felicidade poderá ser mascarada por uma fragilidade emocional reflectindo-se num sentimento de tristeza inexplicável ou melancolia denominado por depressão pós-parto.
Palavras-chave: Depressão; Tristeza; Mãe; Recémnascido.
EFEITOS DOS ANALGÉSICOS/ ANESTÉSICOS NO FETO/RECÉM NASCIDO
Victor Andrade Rocha (Enfermeiro Graduado, Hospital de S. João)
Maria João Monteiro (Enfermeira Graduada, Hospital de S. João)
Artigo recepcionado em 2003.
RESUMO
Durante a gravidez, através da placenta, cria-se um elo de ligação mãe-filho que, infelizmente, não transporta apenas O2/CO2 e nutrientes. Com efeito, apesar da “filtragem placentária”, muitos fármacos conseguem chegar ao feto. Aplicando estes conhecimentos base e, sendo a Enfermagem a responsável pela administração das drogas, pensámos que seria interessante reflectirmos sobre os vários fármacos usados na analgesia/anestesia de parto, focando, em especial, os seus efeitos sobre o feto/ recém nascido.
Palavras-chave: Placenta; Fármacos; Tempo/Concentração.
DA CONTRACEPÇÃO REGULAR À CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA QUE REALIDADE EM PORTUGAL?
Luis Cândido Ferreira Pereira (Enfermeiro Nível I, Sub-Região de Saúde de Vila Real – Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar)
Fernanda Maria Mendes Andrade (Enfermeira Nível I, Sub-Região de Saúde de Vila Real – Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar)
Artigo recepcionado em 2002.
RESUMO
Ao longo da última década os novos desenvolvimentos e a nova investigação no campo da contracepção vieram afectar as decisões e, potencialmente a saúde de grande parte da população, através do aumento da diversidade dos métodos contraceptivos disponíveis quer de uso regular, quer de recurso (contracepção de emergência). É objectivo deste artigo avaliar a utilização destes métodos em Portugal, e a repercussão do seu uso na saúde dos utentes (risco – benefício), sem esquecer as consequências que poderão advir de uma eventual gravidez indesejada.
Palavras-chave: Contracepção regular; Contracepção de emergência; Eficácia – Segurança; Risco – Benefício.
A COMUNICAÇÃO DO DOENTE AFÁSICO
Anabela Parente (Bacharelato em Enfermagem, Enfermeira Graduada no CHAM)
Sérgio Dias (Bacharelato em Enfermagem, Enfermeiro Nível 1 no CHAM)
Sílvia Reis (Bacharelato em Enfermagem, Enfermeira Graduada no CHAM)
Florbela Pinto (Bacharelato em Enfermagem, Enfermeira Graduada no CHAM)
Celeste Figueiredo (Bacharelato em Enfermagem, Enfermeira Graduada no CHAM)
Artigo recepcionado em 2005.
RESUMO
A comunicação é fundamental para o Homem enquanto ser social. A fala e a linguagem dependem de mecanismos complexos adquiridos nas duas primeiras décadas de vida. Quando se verificam patologias cerebrais, é frequente registarem-se alterações da comunicação, como acontece com a afasia, seja de Broca, Wernicke, condução ou global (dependendo da área cerebral afectada). A perda da capacidade de expressar ou compreender a linguagem (afasia), faz com que o enfermeiro desempenhe um papel fundamental no acompanhamento e recuperação do doente afásico.
Palavras-chave: Comunicação; Linguagem; Doente Afásico.
A LINGUAGEM DA PESSOA COM DOENÇA MENTAL
Manuel Carlos Chaves (Assistente do 1º Triénio na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra)
Maria Isabel Noronha (Enfermeira Graduada a exercer funções no Serviço de Psiquiatria Mulheres dos Hospitais da Universidade de Coimbra)
Artigo recepcionado em 2006.
RESUMO
A linguagem reflecte o pensamento e é o elo final da cadeia de processos psíquicos. As alterações mais ou menos profundas encontradas na linguagem permitem identificar, classificar e acompanhar alterações a nível da psicopatologia. Podemos inferir que o conhecimento profundo das alterações da linguagem permite compreender melhor a pessoa doente e estabelecer com ela uma relação terapêutica única.
Palavras-chave: Alterações da linguagem; Discurso; Linguagem; Doença mental.
MORDEDURA DE COBRAS
Patrício da Silva Vasconcelos, Pedro Filipe Bento Rodrigues, Pedro Melo, Sérgio Carvalho (Alunos do 4.º Ano de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Bragança).
Artigo recepcionado em 2005.
RESUMO
As cobras são raras nos países desenvolvidos mas continuam no entanto a verificar-se alguns acidentes.No nosso país existem poucas espécies destes animais que em geral só atacam os humanos quando se sentem ameaçadas. A natureza do veneno depende do tipo de cobra que morde a pessoa. Após a mordedura evitar sugar o sangue ou garrotar o local, para evitar necrose. Os sinais e sintomas mais comuns são marcas dos dentes, edema à volta da mordedura, dor localizada.
Palavras-chave: Cobras Venenosas; Primeiros Socorros.