Índice do artigo

EDITORIAL

Com a saída deste número inicia-se um novo ano na vida da Revista Sinais Vitais.
Há um ano atrás, neste mesmo espaço, dizia eu que gostava que esta revista se viesse a tornar no projecto de todos os enfermeiros portugueses.
Hoje estou cada vez mais convencido de que não só é necessário como fundamental que nos unamos à volta de iniciativas deste tipo que concerteza possibilitarão uma ainda maior afirmação da nossa profissão, tornando visivel aquilo que no dia a dia já construímos.
Vivemos num tempo onde cada vez mais não basta sê-lo é também necessário parece-lo, muito embora esta seja uma tarefa difícil, principalmente numa sociedade onde a tentativa de egemonização de umas profissões sobre outras se tem cada vez mais tornado numa realidade objectiva.
Paradigmático de que não basta sê-lo é o facto de alguns conselhos científicos de algumas faculdades, arreigados a um espírito conservador e a uma filosofia que parece tangir a ideia de casta, decidirem não admitir enfermeiros nos seus cursos de mestrado. Decisão esta que não é fundamentada em termos de exigência curricular o que, por isso, a torna perfeitamente arbitrária.
E questiono-me porque a reacção destas entidades?
Será que se tem sentido postos em causa quando os nossos colegas que tem frequentado os mestrados conseguem, na maioria dos casos, obter melhores resultados do que os seus licenciados?
Naturalmente que não se pretende que os enfermeiros sejam admitidos de qualquer forma, mas que nas admissões sejam tratados de forma igual aos detentores de outros cursos superiores.
Felizmente que esta situação não é de modo nenhum a regra, antes a excepção. E penso que é de justiça realçar o traba1ho de algumas faculdades e institutos que inclusivamente nos possibilitaram ter o grato prazer de neste número da Revista Sinais Vitais, publicar uma entrevista à primeira Enfermeira doutorada em Portugal.

António Fernando Amaral