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Sinais Vitais nº 59
Março 2005

 


 

EDITORIAL
O Enfermeiro gestor de cuidados e a disciplina

Aos Enfermeiros gestores de cuidados de enfermagem colocam-se-lhe hoje inúmeros desafios, uma vez que actuam no campo complexo onde por vezes os interesses da Organização nem sempre coincidem com as necessidades das pessoas nem com as orientações da disciplina de enfermagem. Na prática verifica-se que o espaço de cuidado é um espaço organizado em redor dos técnicos, multiprofissional, mas na maioria das situações monodisciplinar, predominando o saber médico.
Um dos desafios que se colocam hoje aos gestores de cuidados de enfermagem é adoptar a concepção da disciplina de enfermagem tornando os espaços cada vez mais adequados à Pessoa, doente e família/pessoa significativa, porque lhes proporciona uma intervenção multidisciplinar.
Várias teóricas têm mostrado que as concepções da disciplina de Enfermagem são essenciais tanto na prática clínica como na gestão. Por isso os enfermeiros que prestam cuidados e os que gerem devem utilizar as concepções e os saberes já demonstrados cientificamente, para além dos que utilizam de outras disciplinas.
Para Meleis (1991) é necessário hoje, mais do nunca que os enfermeiros gestores que trabalham ao lado dos enfermeiros utilizem a mesma linguagem, os mesmos conceitos e a mesma visão dos cuidados de enfermagem. Esta orientação tem-se revelado útil para desenvolver o cuidado de enfermagem. Para isso recomenda-se a utilização de determinadas estratégias, nomeadamente:
• discutir com a equipa, os valores, os paradigmas (cuidar/tratar), os conceitos e o sentido dos cuidados de enfermagem para os utilizadores;
• compreender, mas igualmente ajudar os outros a compreender a contribuição de uma concepção de enfermagem para uma excelência de cuidados;
• utilizar os recursos disponíveis e potencializar os limites e contrariedades do contexto e;
• promover a comunicação e o respeito pelos saberes das diferentes profissões que actuam na prática clínica.
O gestor de cuidados de enfermagem é hoje capaz de adoptar a gestão como um processo humano e social que gravita em redor da influência interpessoal, da liderança, da motivação e da participação, da comunicação, da colaboração e da interacção entre os diferentes profissionais.

Carlos Margato

 


 

ARTIGO
Formação em Serviço e Desenvolvimento Profissional: Os Enfermeiros em Contextos Aprendentes

AUTORA
Paula Pinto Ferreira (Hospital de Viseu)


ARTIGO
Intervir ao Nível Energético para Controlar a Dor. Perspectiva da Acupunctura/MTC

AUTORA
Salomé Ferreira (Professora Adjunta na ESENEVC, Especialista em Enf. Reabilitação, Mestre em Ciências de Educação, Curso de Medicina Tradicional Chinesa e Acupunctura)

PALAVRAS CHAVE
Dor; Sofrimento; acupunctura; Energia Vital; Homeostasia.

ARTIGO
Alta Clínica e Continuidade de Cuidados no Domicílio

AUTORES
Clarinda Sousa de Jesus (Enfermeira graduada, Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar); Cristina Maria Ribeiro dos Santos Silva (Enfermeira graduada, Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar); Fernanda Maria Mendes de Andrade (Enfermeira graduada, Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar)

RESUMO
A dependência dos indivíduos que necessitam de cuidados no domicílio continua a aumentar, devido ao envelhecimento populacional que tende para a duplicação do número de idosos no ano de 2030, enquanto que a população jovem está a diminuir. Da mesma forma, os aspectos tecnológicos dos cuidados, incluindo o uso de equipamento ou procedimentos invasivos, continuarão a aumentar nos cuidados domiciliários. Estes factores, associados à gestão de recursos nos cuidados de saúde e aos internamentos hospitalares mais curtos, irão exigir maior sofisticação na área de cuidados de transição, a começar pelo planeamento da alta (Phipps et al., 1995).

PALAVRAS CHAVE
Planeamento da alta; Apoio domiciliário; Prestador de cuidados informal; Carta de alta.

 


 

ARTIGO
Riscos de Saúde dos Enfermeiros no Local de Trabalho
Trabalho premiado pela Comissão de Fomento de Investigação em Cuidados de Saúde. (P. I. n.º 64/99)

AUTORA
M. Margarida S. V. Ferreira (Mestre em Saúde Pública e Especialista em Enfermagem Médico-cirúrgica, Serviço de Oftalmologia do H.S. João – Porto)

RESUMO
Os enfermeiros estão expostos no seu dia a dia a diversos riscos laborais, de ordem biológica, química, ergonómica e psicossocial, que consequentemente contribuem para um elevado número de acidentes de serviço e doenças profissionais, constituindo um grupo prioritário na intervenção da equipa de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. Face ao exposto considerou-se pertinente desenvolver um estudo transversal que visasse a identificação e análise dos riscos a que os enfermeiros estão expostos no local de trabalho. Os resultados obtidos apontam para uma prevalência de acidentes de serviço de 52.5%, sendo os mais frequentes a picada acidental, a lombalgia de esforço, as feridas provocadas por objectos cortantes e a exposição a medicamentos e a produtos biológicos por salpico. As causas mais frequentemente referidas foram a mobilização de doentes, espaço físico inadequado, recapsulagem de agulhas e a utilização de material cortante e perfurante. Conscientes da existência dos riscos profissionais e consequências inerentes, compete a todos reflectir e tomar medidas individuais e colectivas por forma minimizar os riscos e garantir uma melhor qualidade de vida dos profissionais.

ARTIGO
Gastroplastia com Banda - Papel do Enfermeiro no Pós-operatório

AUTORES
Lurdes Maria Vieira dos Santos Macedo (Enfermeira Graduada, Hospital Sousa Martins – Guarda, serviço de Cirurgia Mulheres/unidade de cuidados intermédios); Rui Manuel Pereira Martins (Enfermeiro nível 1, Hospital Sousa Martins – Guarda, serviço de Cirurgia Mulheres/unidade de cuidados intermédios); Cristina Maria Gonçalves Vieira Gomes (Enfermeira Graduada, Hospital Sousa Martins – Guarda, serviço de Cirurgia Mulheres/unidade de cuidados intermédios)

RESUMO
A Obesidade Mórbida é, nos dias de hoje, considerada a epidemia do século. Existem várias estratégias terapêuticas possíveis, com o objectivo de redução de peso, sendo a gastroplastia com banda uma delas e, até ao momento, bastante eficaz. Pretendemos com este artigo, partilhar a experiência vivida no Hospital Sousa Martins – Guarda, instituição onde a gastroplastia com banda já é praticada há alguns meses.

PALAVRAS CHAVE
Obesidade Mórbida; Gastroplastia com banda; Cuidados de Enfermagem no pós-operatório.

 


 

ARTIGO
Alteração da Integridade da Pele – Prevenção de Úlceras de Pressão na UCIM do HSFX

AUTORES
Célia Osana (Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico Cirúrgica); Graça Martins (Enfermeira Graduada)

RESUMO
Este estudo refere-se à prevenção de úlceras de pressão, área preferencial da competência dos Enfermeiros e integra-se no âmbito da melhoria da qualidade dos cuidados de Enfermagem com o objectivo de:
• Determinar a incidência de úlceras de pressão na UCIM.
• Identificar os factores que potencializam o seu aparecimento.
• Avaliar a eficácia das medidas preventivas.
• Desenvolver estratégias futuras para reduzir a sua incidência.
Foram estudados todos os doentes admitidos na UCIM no período entre Janeiro e Outubro de 1998 ficando a amostra constituída por 184 doentes. Foi aplicado a todos os doentes, um instrumento de avaliação de risco e segundo este, decidido o procedimento de prevenção respectivo. A amostra foi constituída por doentes que apresentaram um significativo risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão. Dos doentes estudados verificou-se existirem 40 doentes (21,7%) com úlceras de pressão. Destes, 18 (10%) já foram admitidos com úlceras e 22 (12%) iniciaram o processo no Serviço. O grau I foi o mais frequente e a região mais afectada a sagrada. Foi encontrada relação estatisticamente significativa entre a incidência e um número importante de variáveis. O estado de consciência foi o factor que apresentou uma associação positiva mais forte, seguido do número de factores de risco associados, da mobilidade e do estado da nutrição. Os resultados, dados pela incidência e o grau das úlceras desenvolvidas são considerados bons, face ás características dos doentes e a outros resultados encontrados na bibliografia. Se os procedimentos de prevenção não evitaram o desenvolvimento de úlceras de pressão em 12% dos doentes, evitaram graus avançados de lesão, evidenciando o papel da prevenção. Também a identificação dos factores que potencializam o seu aparecimento permitiu planear intervenções futuras com vista a reduzir a incidência.

ARTIGO
Educar para a Saúde: Uma Estratégia de Promoção da Saúde

AUTOR
Vítor Manuel Costa Pereira Rodrigues (Doutorado em Ciências Biomédicas)

RESUMO
Educação para a Saúde é um processo interactivo reconhecido e aceite pelas comunidades, devendo adquirir uma postura de participação activa e de parceria com responsabilidades na determinação da sua própria saúde e qualidade de vida. O princípio da participação activa garante o respeito das pessoas e nesta perspectiva a relação educativa é caracterizada por fazer algo “com os outros” em vez de para os outros”.

PALAVRAS CHAVE
Educação para a saúde; Promoção da saúde; Saúde comunitária.

 


 

ARTIGO
A Satisfação Profissional e a Inteligência Emocional

AUTORA
Ana Lina Martins Teixeira (Enfermeira, Hospital Dona Estefânia)

RESUMO
A problemática das consequências da Satisfação no trabalho denota variáveis de extrema importância para que possam ser descuradas, nomeadamente desempenho profissional e a produtividade, o comportamento de cidadania organizacional, o comportamento de fuga, o burnout, o bem estar físico e psicológico e a satisfação com a vida em geral. Se aceitamos o facto de que todos são diferentes, porquê tratar todos da mesma forma? Provavelmente porque será mais fácil, no entanto menos lucrativo em termos da Organização.

PALAVRAS CHAVE
Organizações de Saúde; Qualidade Organizacional; Desempenho Profissional; Satisfação Profissional.

ARTIGO
Os Enfermeiros e Humanização Que Conceito?

AUTORA
Joana Martins Teixeira (Enfermeira Nível I, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia)

RESUMO
Partindo do pressuposto enunciado por Jean Watson de que o cuidado é o atributo mais valioso que a enfermagem tem para oferecer à humanidade, procurou-se com este estudo, conhecer o conceito que os enfermeiros têm de humanização dos cuidados.

 


 

 

ARTIGO
Cateter Venoso Central com Reservatório Subcutâneo Intervenção de Enfermagem

AUTOR
Pedro Roberto Furtado Soares Soares (Licenciatura em Enfermagem, Hospital de St.º Espírito de Angra do Heroísmo – Açores)

RESUMO
O seguinte artigo propõe-se abordar o Cateter Venoso Central com reservatório Subcutâneo, dando a conhecer esta realidade utilizada em alguns utentes no Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, as suas características, vantagens e desvantagens, cuidados de enfermagem, possíveis complicações, contribuindo para a melhoria dos cuidados prestados ao utente, aquando do seu uso.

PALAVRAS CHAVE
Cateter Venoso Central com Reservatório Subcutâneo; Características; Cuidados de Enfermagem; Complicações.

ARTIGO
Reflexão sobre a Prática do Cuidar em Enfermagem

AUTORA
Maria dos Anjos Berjano Valadas (Enfermeira Graduada do Hospital do Espírito Santo de Évora)

RESUMO
No âmbito dos cuidados de Enfermagem, estão inerentes dois termos, frequentemente utilizados por nós que são: o TRATAR e o CUIDAR. Diariamente, nos cuidados que prestamos aos nossos clientes, nem sempre existe uniformidade de atitudes, devido a elas e à postura dos enfermeiros perante os clientes estes termos confundem-se frequentemente. Assim, para muitos de nós, sempre que tratamos, estaríamos a cuidar e quando cuidamos estaríamos a tratar. Não cremos, porém que a complexidade que tais termos evocam se possam traduzir a tal simplicidade de interpretação, uma vez que cuidar e tratar implicam duas atitudes diferentes.

PALAVRAS CHAVE
Cuidar; Tratar; Cuidados de enfermagem.