Índice do artigo

 Sinais Vitais nº 77 Março 2008

EDITORIAL

FORUM TEMÁTICO – A Saúde do SNS

CIÊNCIA E TÉCNICA

Os sistemas de Informação em Enfermagem e a produção de Indicadores de Qualidade: Uma experiência com um grupo de alunos em ensino clínico: Prevenção, Diagnóstico e Intervenção

Portfólio de Evidências

Cuidar do Doente Crítico com Dor: Um Desafio no Serviço de Medicina Intensiva (SMI)

A Vinculação Paterna – Um Olhar sobre a História e o Papel do Enfermeiro nos dias de Hoje

Doente Ventilado em Decúbito Ventral

A família como Prestadora de Cuidados e o Enfermeiro como Apoio

O Acolhimento ao Utente e Família, Relato da nossa Experiência

A Consulta de Enfermagem do Utente Ipertenso no Centro de Saúde do Bonfim Extensão de Sta. Maria

O Alcoolismo – Prevenção de Comportamentos Aditivos na Adolescência

Questões Èticas Sobre a Contracepção de Emergência

Carcinoma da Próstata – Sexualidade Após Prostatectomia Radical

Malária – Principal Causa de Morte no Terceiro Mundo


Editorial

Em 1988 aquando da criação da Associação Portuguesa de Infecção Hospitalar, tive ocasião de escrever que a infecção nosocomial é um problema de saúde pública que afecta tanto os doentes por via dos contactos que efectuam com os cuidados como os próprios profissionais de saúde. Dizia nessa altura que esta infecção deveria, por isso, ser associada não apenas à hospitalização, mas à prestação de cuidados em geral, independentemente dos locais onde fossem prestados. De facto a ocorrência deste tipo de infecção resulta, em grande parte, da intervenção técnica, seja pela produção de actos inadvertidos seja pela omissão dos actos mais elementares de higiene, sendo assim parece ser significativo que se passe a designar este tipo de infecção como infecção associada aos cuidados de saúde.
O reconhecimento destes factos, por parte de quem gere a coisa pública é uma forma de assumir responsabilidades pela segurança dos utentes que todos os dias contactam o Serviço Nacional de Saúde e dos seus profissionais. Foi por isso com muito agrado que tomei conhecimento da criação do Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infecção Associada aos Cuidados de Saúde, donde resultou um Manual de Operacionalização do programa e onde constam todo um conjunto de procedimentos para a consecução deste programa.
Apesar dos benefícios que este programa pode trazer para a prevenção e luta contra a infecção não podia deixar aqui a minha estranheza pelo facto da Direcção Geral dos Hospitais ter deixado de fora da discussão a Associação Portuguesa de Infecção Hospitalar, que é uma associação pluriprofissional que tem por missão o desenvolvimento e a divulgação de boas práticas de prevenção e controlo da infecção.

Fica aqui a nota.

António Fernando Amaral

 



FÓRUM TEMÁTICO – A SAÚDE DO SNS


O Serviço Nacional de Saúde (SNS) não está bem de saúde. E a doença de que padece, padecem também outros serviços públicos em Portugal. Grande parte do país (alguns dizem cerca de 2/3) está a ficar deserta de serviços públicos. Na saúde, os SAP, as urgências e as maternidades vêm-se juntar às estações dos correios, às escolas, às estações de comboios, às delegações da PT e da EDP, talvez aos tribunais e a tantos outros serviços públicos que os cidadãos se habituaram a ter por perto.

 

É bom lembrarmo-nos que o aparecimento do SNS em 1979 está associado a um período histórico de democratização do país e de desenvolvimento pelo Estado de um sistema de protecção social efectiva para toda a população portuguesa. É este sistema que hoje está em risco. A desagregação dos serviços públicos enfraquece a democracia.

Antes de 1979, o Estado desempenhava apenas um papel supletivo face à iniciativa privada no campo da saúde. Hoje, passados quase 30 anos, a opinião generalizada é que o SNS ainda não garante um acesso fácil às pessoas que dele necessitam. A agravar este cenário, perante os cidadãos, cresce a sensação de perda de protecção social por parte do Estado. Há um sentimento generalizado de mal-estar social.

Durante este tempo, no entanto, o SNS tem sido a razão do progresso verificado nas últimas décadas na saúde dos portugueses. Alem disto, tem constituído um factor de igualdade, de solidariedade e de coesão social. As respostas dos serviços públicos de saúde às necessidades das populações têm atingido, regra geral, elevados padrões de qualidade.

E é bom que nos lembremos também que o SNS é a componente pública de prestação de cuidados de saúde e é o resultado da aplicação do direito que os cidadãos portugueses têm à protecção da saúde, conforme o afirma a própria Constituição da República Portuguesa no seu artigo 64º. A manutenção e o desenvovimento deste serviço é, assim, um dever constitucional de qualquer governo, aliás um valor alto hoje defendido pela maioria das sociedades europeias. E não só. Se porventura os democratas vencerem as próximas eleições americanas e cumprirem o que estão a prometer nas campanhas, poderá também haver uma maior aproximação deste país à Europa e ao princípio de protecção universal no acesso aos cuidados de saúde. Alguns sinais parecem existir com esse sentido.

Por tudo isto, é estranho que se pergunte hoje porque nascem tão poucos bebés em algumas zonas do país. A menos que não se tenha percebido que há décadas este problema existe e se agrava cada vez mais. É um facto que hoje está pior do que ontem, o que até dá lugar a alguns discursos em que se manifesta uma grande preocupação pelos cidadãos. Mas o que é natural esperar-se é que amanhã ainda será pior, se não se inverter esta tendência.

E esta tendência inverte-se com políticas sociais de localização das pessoas nas regiões mais carentes e com incentivos a que os seus habitantes permaneçam nas suas regiões e que contribuam activamente para o seu desenvolvimento sustentável. Neste contexto, a rede de serviços públicos é um factor de extraordinária importância de qualidade de vida e de fixação da

população. Senão, veja-se o que se passou na raia espanhola em que os poderes económicos e políticos espanhóis apostaram na dinamização das suas cidades. Ao mesmo tempo, do lado de cá, as nossas cidades e povoações tendem a tornar-se satélites das cidades espanholas. E, nalguns casos, até se defende o recurso a estas cidades como um decisão racional.

É difícil aceitar que se criem e se desenhem redes de serviços de urgência, de cuidados primários, hospitalares ou de cuidados continuados sem haver uma preocupação de desenvolvimento social local subjacente. A decisão não pode ser tomada apenas com base no número de pessoas existentes, sem se ter em conta que um cidadão aleatoriamente seleccionado de uma aldeia da Serra da Estrela é provavelmente mais velho, está mais só, é mais dependente, tem menos mobilidade e tem mais

necessidades do que um outro aleatoriamente escolhido da cidade de Coimbra. Provavelmente também aqui a discriminação positiva faria sentido. Não daria é votos. E também faria todo o sentido, como o Observatório Português dos Sistemas de Saúde tem defendido, que “as restruturações, as intervenções e as requalificações que o Ministério da Saúde está a levar a cabo … fizessem parte de um plano local de infra-estruturas da saúde, segundo uma gestão local integrada, com a definição de prioridades e com a participação dos vários actores locais” (OPSS, 2007: 126).

Por outro lado, o aparecimento de entidades privadas — algumas delas já de muito alta qualidade, embora ainda poucas — não pode impedir ou limitar a procura constante pelo Estado de um serviço público de excelente qualidade técnica e com boa acessibilidade. O Estado não pode abdicar dessa responsabilidade social.

O encerramento de serviços sem alternativas comparáveis ou melhores para os cidadãos e o corte de despesas necessárias ao seu bom funcionamento, estão a tornar mais difícil o acesso ao serviço público e poderão estar mesmo a ameaçar a qualidade assistencial. Em saúde, a proximidade dos cuidados é essencial.

Por outro lado, não se admite que, por razões aparentemente técnicas e de preservação da saúde, se encerrem, por exemplo, maternidades públicas ou blocos de partos e se autorize a construção e a abertura de maternidades privadas no mesmo local. Porque das duas uma: ou a maior parte das mulheres não estava satisfeita com as condições em que o serviço era prestado na antiga maternidade e recorria a maternidades fora da localidade (e aí, havia que melhorar a qualidade dos cuidados oferecidos); ou há um relaxamento das exigências em relação à iniciativa privada (e neste caso o Estado é cúmplice de lucros indevidos e da menos boa prestação de cuidados de saúde à população).

Aliás, a verificar-se esta última situação, está, de novo a não se atender ao mesmo artigo da Constituição que, na alínea d) do ponto 3 afirma que “incumbe prioritariamente ao Estado … disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina, articulando-as com o serviço nacional de saúde, por forma a assegurar, nas instituições de saúde públicas e privadas, adequados padrões de eficiência e de qualidade”. A transferência da responsabilidade de prestação de cuidados do público para o privado só será minimamente aceitável se não acarretar maior risco ou maior despesa para o cidadão. Mesmo assim, considero que a prestação pública de cuidados é essencial, quanto mais não seja como elemento comparador e regulador da qualidade dos cuidados.

Com isto não quero dizer que não se devam fazer restruturações nos serviços públicos de saúde em Portugal. Não posso dizer que se deva aceitar sem qualquer reflexão que exista, por exemplo, uma equipa médica num SAP ou num serviço de urgências, tendo em conta que só vê uma meia dúzia(ou menos) de doentes à  noite, muitas delas verdadeiras consultas e não situações graves ou urgentes. E que no dia seguinte provavelmente está a descansar e a não realizar as tais consultas ou as cirurgias que tanta falta fazem. Não, mas a alternativa pode não passar necessariamente pelo encerramento do serviço e, fundamentalmente, não pode ser o resultado de qualquer operação aritmética. As alternativas devem ser discutidas com a população, tendo em conta as suas necessidades e as infra estruturas de saúde existentes na região. E, acima de tudo, qualquer processo político, para ser genuíno, deve basear-se em agendas claras e claramente emtendidas pelos cidadãos. As questões sobre valores e as suas implicações têm de ser formuladas de modo a serem facilmente compreendidas.

Há que respeitar as pessoas. Mesmo quando as decisões parecem basear-se em estudos técnicos de qualidade, há que discutir com os cidadãos a sua implementação no terreno. A estratégia governamental que altera a forma e os locais em que os cuidados são prestados, alterando a sua acessibilidade, deve ser do domínio público e deve ser discutida publicamente. Uma boa governação assim o exige.

Qualquer reforma só pode ser considerada como tal se incorporar processos de divulgação e de participação pública. Manifestações de arrogância por parte dos responsáveis governamentais ao não discutirem, a tempo, com os cidadãos decisões que lhes são importantes só levam a uma descrença nas denominadas reformas de saúde que hoje vivemos.

Por outro lado, há que manter uma pressão constante perante as principais forças políticas, para que se definam em relação ao que pretendem para o SNS em Portugal. Aparentemente, estão todos a favor e ninguém contra, exactamente porque cada uma das partes tem o seu entendimento sobre o que é, e o que deve ser, o SNS. A falta de alternativas políticas claras empobrece o espaço público e o exercício da democracia.

Será possível, em Portugal, ter uma ideia nítida sobre os valores subjacentes às ofertas políticas das várias forças partidárias, em saúde? Sem esta clarificação prévia, os partidos políticos, quando envolvidos em decisões de governação, perdem qualquer

legitimidade política para o fazer. A iniciativa de criação de um movimento em defesa do SNS é, reforçando o que acabei de dizer, muito bem-vinda. No entanto, não pode ser apenas uma medida de mera reacção aos acontecimentos recentes. Tem de ser mais uma iniciativa em defesa dos cidadãos, em defesa do serviço público de saúde e em defesa de um debate público sobre a saúde.

Utilizando uma terminologia muito em uso nas últimas semanas, o SNS tem de ser o resultado da vontade dos seus accionistas — os cidadãos que residem em Portugal — pois os seus impostos garantem o orçamento do SNS.

Este movimento tem de ser capaz de constituir um lobby para que a saúde faça parte das prioridades do Estado português.

Temos o direito e o dever de fazer algumas perguntas:

• A par de outras grandes obras do Estado (estádios de futebol, auto-estradas, TGV, aeroporto, novas pontes) ou em que o Estado participa (como a construção do Casino de Lisboa), em que ponto se situa a preocupação pela saúde e pela melhoria contínua da prestação de cuidados de saúde? Falando em termos orçamentais, como se justifica perante a sociedade esta distribuição de dinheiro, ao mesmo tempo que se aperta cada vez mais o cinto na saúde, se reduz a oferta de cuidados e se colocam os locais de prestação de cuidados mais longe dos cidadãos?

E os custos de oportunidade? Não estaremos a pagar demasiado pelas opções e prioridades dos nossos políticos ao longo dos últimos anos? Não iremos pagar ainda mais, no futuro? Há que repensar as prioridades de decisões de interesses públicos.

• Porque continuam a existir longas e vergonhosas listas de espera para consulta e cirurgia que, ao serem realizadas, permitiriam resolver grandes problemas de saúde, muitos deles altamente incapacitantes e causadores de grandes défices de qualidade de vida? A sociedade aceita isto sem pestanejar? Será que o problema é não haver capacidade instalada para resolver estas situações nos serviços públicos? Então, porque há serviços e especialidades com listas de espera e outras sem

listas? Não seria mais correcto dar resposta a algumas destas perguntas antes de tomar a

decisão de encerrar serviços à população?

• Com que direito se limita o aumento da produção cirúrgica nos hospitais com o argumento de não aumentar a despesa? Para o Ministério da Saúde não haverá nada para além do controlo da despesa, mesmo que isso seja legítimo?

• Porque se mantêm as derrapagens criminosas das grandes obras públicas em Portugal, muitas delas previstas desde o início da adjudicação das obras?

Parte deste desperdício do Estado não poderia compensar mesmo a existência de “pólos de irracionalidade técnica”, de modo a garantir uma prestação de cuidados mais próxima dos cidadãos?

Tudo isto não passa de opções políticas. Muitas das vezes percorre-se o caminho mais fácil. É fácil fechar serviços de saúde com a justificação de que só fazem mal às pessoas sem que lhes sejam dadas alternativas tão boas ou melhores do que as actuais para que se sintam bem com a mudança e não ofereçam resistência.

As pessoas reclamam e manifestam-se e todos dizem que o problema é que não perceberam e que a solução é explicar-lhes que devem continuar assim. Ora, o problema que vivemos não é só de falha na comunicação das decisões. É de opções políticas e sociais, de falta de preocupação social.

É fácil pensar-se que todo o barulho feito acaba por desaparecer ao longo do tempo. “Lembram-se, há um ano refilavam com o encerramento da maternidade e hoje já se calaram, estão satisfeitos”, afirmou recentemente no Prós e Contras, o Ministro Correia de Campos.

O que faz falta não são argumentos para que as pessoas se resignem à sua condição. O que faz falta é envolver as pessoas nas decisões que lhes dizem respeito. O que faz falta, como diz o poeta, é dar poder à malta.


Pedro Lopes Ferreira


 

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM ENFERMAGEM E A PRODUÇÃO DE INDICADORES DE QUALIDADE – UMA EXPERIÊNCIA COM UM GRUPO DE ALUNOS EM ENSINO CLÍNICO: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO

Fernando Alberto Petronilho
Licenciado em Enfermagem, Mestre em Ciências de Enfermagem.

Resumo
O trabalho realizado centra-se no domínio dos Sistemas de Informação em Enfermagem. Teve como finalidade sensibilizar um grupo de alunos sobre a importância dos sistemas de informação em enfermagem na gestão da informação clínica e, em particular, a importância da produção de indicadores de qualidade a partir da relação de cuidados, traduzindo o exercício profissional dos enfermeiros. Foi realizado numa unidade de medicina e em contexto de ensino clínico. Ao envolver alunos de enfermagem, este trabalho teve uma intenção
fundamentalmente pedagógica, visto os resultados aqui apresentados são fruto do trabalho dos profissionais da unidade onde decorreu o ensino clinico e apenas com um contributo muito modesto daqueles face ao seu nível de competências. No entanto, tendo como pretexto a produção de indicadores como referimos, permitiu criar com os alunos um espaço de reflexão muito importante sobre a natureza específica da enfermagem e a sua utilidade no contexto da saúde, muito centrado nos cuidados em que os enfermeiros podem dar os maiores contributos para os ganhos em saúde das pessoas, ou seja, uma discussão particularmente focalizada na utilidade social da enfermagem enquanto profissão e disciplina do conhecimento.

A amostra é constituída por 40 doentes internados durante as seis semanas em que decorreu o ensino clínico. Foram identificados catorze (14) focos de atenção de alta sensibilidade aos cuidados de enfermagem, constituindo estes matéria-prima para a produção de um total de setenta (70) indicadores de qualidade, dos quais vinte e oito (28) de processo, um (1) de eficácia diagnostica e quarenta e um (41) de resultado.

Palavras-chave:
sistemas de informação em enfermagem; indicadores de qualidade; focos de atenção de alta sensibilidade aos cuidados de enfermagem; classificação internacional para a prática de enfermagem (CIPE); instrumento para a documentação dos cuidados de enfermagem em ensino clínico.

 


 

PORTFÓLIO DE EVIDÊNCIAS

Margarida Horta Silvares Luz
Licenciada em Enfermagem.

Resumo
A formação através da prática reflexiva é um processo que se desenvolve a partir da prática profissional tendo subjacente a inserção no contexto de trabalho, a aprendizagem e a construção de saberes profissionais. Como forma de melhorar o processo de aprendizagem, o portfólio surgiu assim para uma avaliação mais autêntica, mais participada e mais reflexiva.


Palavras Chave
Portfólio, Prática reflexiva, Formação, Avaliação

 


 

CUIDAR DO DOENTE CRÍTICO COM DOR: UM DESAFIO NO SERVIÇO DE MEDICINA INTENSIVA (SMI)

Alda Ferreira
Licenciada em Enfermagem.

Micaela Oliveira
Licenciada em Enfermagem.

Felisbela Roque
Licenciada em Enfermagem.

Sónia Baltazar
Licenciada em Enfermagem.

Resumo
A dificuldade na medição da dor no doente crítico constitui um obstáculo ao seu adequado tratamento. Incorporar a sua avaliação, registo e controle no dia-a-dia do Serviço de Medicina Intensiva (SMI), revelou-se um desafio e uma prioridade, uma vez que a sua quantificação é considerada uma mais valia para a optimização dos cuidados prestados. Face a esta preocupação foi delineado e implementado um projecto de intervenção, com objectivo de avaliar a dor e agitação/sedação aos doentes do serviço e seguir as orientações dos protocolos terapêuticos, mediante os scores avaliados. Desde o início do projecto foi efectuada uma monitorização contínua das intervenções e práticas da equipa, uma avaliação dos resultados obtidos, com objectivo de o redefinir e ajustar às necessidades e especificidades dos doentes do serviço.

Palavras-Chave
Doente crítico, dor, analgesia, agitação, sedação, escalas de avaliação.

 


 

A VINCULAÇÃO PATERNA – UM OLHAR SOBRE A HISTÓRIA E O PAPEL DO ENFERMEIRO NOS DIAS DE HOJE

Alexandra do Rosário S. Seabra
Licenciada em Enfermagem.

Gina Maria Pinho Jesus
Licenciada em Enfermagem.

Sandra Cristina Moura Ribeiro
Licenciada em Enfermagem.

Resumo
De um pai historicamente ausente de todo o processo do nascimento, caminhamos a passos largos para um novo pai, muito mais interventivo que já não se quer alhear ao mistério que envolve a vinda de um filho. A nova mulher também espera o envolvimento do companheiro. Tal como ela também o pai sofre um processo de adaptação que começa já a ser estudado. O Enfermeiro tem neste contexto um papel crucial.

Palavras-chave
Paternidade; Enfermagem.

 


 

DOENTE VENTILADO EM DECÚBITO VENTRAL

Anabela da Graça Martins Bernardo
Licenciada em Enfermagem.

Diogo Luís Torrado Guerreiro
Licenciado em Enfermagem.

Idalina Martins Rodrigues Alves
Licenciada em Enfermagem.
 

Sandra Helena de Oliveira Vítor Ferreira
Licenciada em Enfermagem.

RESUMO

O tema surgiu da nossa preocupação, como enfermeiros, que cuidamos de doentes em estado crítico, maioritariamente ventilados, e que necessitam de ser posicionados em Decúbito Ventral.
É um posicionamento que, pela sua especificidade e complexidade, requer que toda a equipa de saúde de cuidados intensivos possua uma panóplia de conhecimentos teórico práticos, para que a sua execução decorra sem intercorrências. É uma manobra na qual colabora toda a equipa de saúde, no entanto é de sublinhar o quanto é importante e indispensável o papel do enfermeiro, que está presente desde a preparação do material, preparação do doente, realização da manobra, observação e vigilância permanente do doente, com o intuito de despistar possíveis complicações e finalizando com os registos de enfermagem inerentes, ao modo como decorreu a manobra e reacções do doente. Assim sendo, pensamos ser pertinente a divulgação deste trabalho, que tem como principal objectivo:
Despertar a atenção da equipa de saúde da unidade de cuidados intensivos, principalmente dos enfermeiros, para a especificidade deste posicionamento, dando ênfase aos cuidados de enfermagem.
O conteúdo engloba a definição da técnica, indicações, contra-indicações, procedimentos que envolvem a sua realização e cuidados de enfermagem. Fazemos votos que esta nossa partilha de conhecimentos teóricos, e da nossa prática, contribua para desmistificar a técnica e melhorar a qualidade dos cuidados prestados aos doentes a ela sujeitos.

 


 

O ACOLHIMENTO AO UTENTE E FAMÍLIA, RELATO DA NOSSA EXPERIÊNCIA

Ana Margarida de Sousa Brito
Licenciada em Enfermagem.

Resumo

A estadia no Hospital acarreta para os utentes dificuldades, quer a nível da adaptação às normas e regras a cumprir durante o internamento, quer a nível da sua adaptação a um ambiente que lhe é estranho. Daí que o acolhimento constitua uma fase fundamental na adaptação à situação de internamento. A elaboração de um Guia de Acolhimento ao utente e família, constitui um meio de minimizar as dificuldades encontradas pelos utentes em situação de internamento, respondendo às suas dúvidas e questões.

Palavras-chave
Acolhimento, utente, família

 


 

A CONSULTA DE ENFERMAGEM DO UTENTE HIPERTENSO NO CENTRO DE SAÚDE DO BONFIM EXTENSÃO DE SANTA MARIA

Almerinda Paixão
Licenciada em Enfermagem

Idália Valério
Licenciada em Enfermagem

RESUMO

São cerca de 380 os utentes que mensalmente controlam a tensão arterial no Centro de Saúde do Bonfim, Extensão de Santa Maria, actividade esta a efectuar-se na Sala de Tratamentos sendo os utente  atendidos por ordem de chegada. A opinião dos utentes é importante; na concretização do Projecto de iniciar Uma Consulta de Enfermagem aos Utentes Hipertensos, para que possamos corresponder às necessidades dos mesmos, e contribuirmos desta forma para o aumento de utentes com valores tensionais controlados.

Palavras-chave
Consulta de Enfermagem; Utente Hipertenso; Cuidados de Enfermagem; Qualidade dos Cuidados.

 


 

O ALCOOLISMO PREVENÇÃO DE COMPORTAMENTOS ADITIVOS NA ADOLESCÊNCIA

Ana Cristina Pina
Licenciada em Enfermagem

Carolina Miguel Graça Henriques
Licenciada em Enfermagem

Cecília Vicente
Licenciada em Enfermagem

Resumo

O consumo de bebidas alcoólicas é, em muitos países e também em Portugal, socialmente e culturalmente bem tolerado existindo até, por vezes, ligação entre o consumo de bebidas alcoólicas os costumes e comportamentos sociais. Neste sentido a pressão social pode conduzir os indivíduos e principalmente os adolescentes ao consumo deste tipo de bebidas procurando a aceitação no seu grupo de amigos ou da comunidade em geral. É fundamental que os profissionais de saúde, nomeadamente os enfermeiros, não descurem esta área de intervenção e focalização dos seus cuidados ao nível dos cuidados de saúde primários.

Palavras Chave
Adolescente, Comportamentos Aditivos, Álcool, Prevenção

 


 

QUESTÕES ÉTICAS SOBRE A CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA

Isaura Maria de Almeida Marques
Licenciada em Enfermagem.

Celestino Manuel Ribeiro Tomás
Licenciado em Enfermagem.

RESUMO

Este trabalho reporta-nos a uma realidade bastante discutível, uma vez que coloca em contraposição o uso do medicamento “pílula do dia seguinte” e as questões éticas. Esta hormona, foi apresentada como um contraceptivo de emergência, que se usado dentro de um curto espaço de tempo após o acto sexual, presumidamente fértil, deveria apenas impedir a continuação de uma gravidez indesejada. Gera-se, então, o problema ético. Será a pílula do dia seguinte, nada mais do que um produto químico para obter um aborto?

Palavras-chave
Contracepção, emergência, aborto.

 


 

MALÁRIA PRINCIPAL CAUSA DE MORTE NO TERCEIRO MUNDO

Cristina Maria Ramos Crespo de Carvalho
Licenciada em Enfermagem.

Dina Teresa Nunes Faustino
Licenciada em Enfermagem.

RESUMO
Conscientes de que, de país para país, de lugar para lugar e, dependendo do período de tempo, as principais causas de morte são diferentes, e mesmo entre elas ocupam uma hierarquia diferente consoante as condições climatéricas, o contexto geopolítico e as condições socio-económicas.
Escolhemos abordar o tema da malária, como forma de sensibilizar os profissionais de saúde para esta patologia, que embora inexistente no nosso país, e por isso tão poucas vezes abordada, é de suma importância.

Palavras-chave
Malária; Educação; Prevenção