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Sinais Vitais nº 58
Janeiro 2005

 

 


 

EDITORIAL
Os sistemas de informação e comunicação e o envolvimento dos enfermeiros na sua mudança

Começa-se a generalizar a implementação de novos sistemas de informação e documentação em enfermagem nas organizações e serviços a nível nacional. Esta realidade prende-se com a necessidade de representar formalmente o conhecimento de enfermagem, usando uma linguagem comum que permita a produção de informação acerca das decisões e dos resultados da prática da enfermagem. Para tal é necessário usar uma linguagem classificada, sendo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) a que se revela mais adequada. Em alguns contextos onde foi implementada, tem-se revelado uma ferramenta fundamental, porque permite adequar o diagnóstico à concepção de cuidados de enfermagem, planear intervenções baseadas em evidência, utilizar planos de cuidados verticais, permitindo a percepção da condição problemática do utente/família e percepcionar os resultados obtidos face à evolução do diagnóstico.
Da análise da documentação de enfermagem que se desenvolve nos serviços que estão a implementar novos sistemas de informação, tem sido possível perceber a ausência de coerência dos dados com a situação diagnostica do doente, situando-se estes apenas na descrição das actividades desenvolvidas na prática clínica. Logo tudo o que favoreça a produção de informação relacionada com a situação do doente é relevante e oportuno. O processo de produção dos conteúdos para os novos padrões de documentação e apropriação de uma nova linguagem pode ser uma oportunidade dependendo da metodologia de implementação. Adoptar um novo sistema de informação sem prévia discussão, apropriação da linguagem e dos seus conceitos pode tornar-se apenas numa nova forma de produzir informação. Por isso a tentação de se adquirir junto do IGIF o sistema de apoio à prática de enfermagem (SAPE) com os conteúdos já introduzidos, subverte os propósitos de uma discussão ampla e frutífera para os enfermeiros. Para nós a implementação de um sistema de informação diferente ou se constitui como pretexto para reflectir as práticas, promover a formalização do conhecimento desenvolvendo a capacidade de tomada de decisão dos enfermeiros, o planeamento e a avaliação ou os resultados em termos práticos apenas se situam no domínio da mudança da informação produzida.
Para além disso, este processo tem que ser claro para os enfermeiros e estes têm que se sentir autores até porque as mudanças duradoiras só acontecem pela apropriação da ideia por aqueles que têm que responder por ela. Este processo não se pode comprar, nem adquirir por receita, requer organização, envolvimento de uma equipa e exige forte sentido de liderança.
Os sistemas de documentação em enfermagem devem assim ser definidos por todos os enfermeiros nos contextos onde se aplicam.

Carlos Margato

 


 

ENTREVISTA
Ana Margarida Loff

Dados pessoais
Idade: 54 anos
Percurso Académico:
Licenciada em Enfermagem de Saúde Pública pela EESP, hoje ESEMFResende e em Enfermagem Geral pela ETE, hoje ESEFGentil.

Percurso Profissional:
Enfermeira Chefe
Enfermeira Especialista
Auxiliar de Monitor

Grupos de Trabalho:
Conselho Pedagógico do CROL, S.A. (de 2004 até à data)
Membro da Comissão de Formação Nacional da OE (mandato 2003/2006)
Conselho de Segurança e Saúde no Trabalho – Dec. Lei 83/98 de 3 de Abril – SEMA (Outubro/98 a Dezembro/99)
Regulamentação do Exercício de Enfermagem – DRH/SEP (Março/Agosto 1990)
Grupo “Estatuto Profissional” – SEP (1990)
Direcção Nacional do SEP (1987 a 1994)
DRH – Condições de Higiene e Segurança (Fevereiro/Março 1988)
Fora de Enfermagem, DEPS – Ministério da Saúde – Distrito de Lisboa (Março/Dezembro 1987)

Colaborações:
Capítulo dos livros “Enfermagem Oncológica” e “Para uma Ética da Enfermagem”.
Trabalhos publicados em revistas de Enfermagem tais como “Boletim Sindical”, “Servir”, “Enfermagem”, “Sinais Vitais”, “Enfermagem em Foco”, “European Journal of Nursing”.
Comissões organizadoras de eventos formativos de hospitais, associações e organizações profissionais.
Presidente e vogal de concursos externos e internos de ingresso e progressão (IPOFG).
Aulas em diversas Escolas de Enfermagem, hospitais e organizações de enfermagem de todo o país.


ARTIGO
A Dignidade do Embrião Humano

AUTORA
Ana Maria Machado Gonçalves Reis (Enfermeira Especialista em Enfermagem Médico – Cirúrgica, Hospital S. José de Fafe – Serviço de Cirurgia)

RESUMO
O Estatuto do Embrião é uma temática da actualidade e inesgotável, portanto qualquer definição atribuída, nas várias perspectivas, parece-nos incompleta e inacabada. Uma coisa é certa, o embrião é, biologicamente, uma vida que se seguir o seu curso normal, tornar-se-á um Homem, uma pessoa, a viver e a ultrapassar todas as fases de uma única vida.
“O sublime surge do que é simples” Luís Archer, 2001
“O Homem transcende os seus genes” Luís Archer, 1997.

ARTIGO
Supervisão Pedagógica no Ensino Clínico de Enfermagem

AUTOR
António Reis do Arco (Esc. Sup. de Enfermagem de Portalegre)

RESUMO
Os ensinos clínicos dos Cursos de Licenciatura de Enfermagem constituem, para os alunos, o contacto inicial com os contextos da prática, onde irá decorrer o seu processo de socialização profissional. A utilização de técnicas de supervisão pedagógica, adequadas ao desenvolvimento pessoal e profissional do aluno, constitui uma importante componente pedagógica, a que todos os actores intervenientes no processo devem atender e reflectir.

PALAVRAS CHAVE
Ensino Clínico; Supervisão; Formação; Aluno.

 


 

ARTIGO
O Ensino ao Colostomizado

AUTORES
Margarida Coelho da Silva (Enf. nível 1, Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia, Serviço Cirurgia II B); Mirian Rodrigues (Enf. nível 1, Hospital Geral de Santo António, Serviço de Cirurgia Vascular)

RESUMO
Uma colostomia altera de uma forma radical e profunda a vida do indivíduo submetido a esta. Como tal compete ao enfermeiro facilitar a adaptação deste indivíduo a uma nova vida. Esta meta passa pela relação de ajuda e por um ensino abrangente que foque os aspectos técnicos, os aspectos sociais e profissionais e a adaptação à nova vida íntima do indivíduo. Pretende-se com este trabalho verificar se todos os aspectos deste ensino são focados e se não o são, detectar o tipo de dificuldades sentidas pelos enfermeiros em efectuá-lo.

PALAVRAS CHAVE
Colostomizado; Enfermeiro; Ensino de Educação para a Saúde.

ARTIGO
Processo de Enfermagem fundamentado a uma doente com dermatomiosite

AUTORA
Sónia do Carmo França Rodrigues Fernandes (Enfermeira, serviço de Medicina Intensiva do Hospital do Funchal)
Lídia Valente Jesus (Enfermeira, serviço de Medicina Intensiva do Hospital do Funchal)
Miquelina Andrea Rosário Freitas (Enfermeira, Cuidados de Medicina Intensiva do Hospital do Funchal)

RESUMO
A dermatomiosite é uma miopatia inflamatória distinta, identificada por um exantema característico que acompanha ou, precede mais frequentemente a fraqueza muscular. A incidência é de aproximadamente 1 em 100.000, acomete crianças e adultos, enquanto as mulheres são mais acometidas que os homens.

PALAVRAS CHAVE
Dermatomiosite; Cuidados de enfermagem.

 


 

ARTIGO
A Doença no Discurso

AUTORA
Cláudia Celina Costa Martins (Enfermeira Graduada, Hospital de Santa Maria, Unidade de Pneumologia Pediátrica)

RESUMO
Este trabalho resulta de uma pesquisa que busca aprofundar as representações sociais acerca da Fibrose Quística e suas implicações sobre o comportamento do doente frente a si mesmo e à sociedade. Tais representações transcendem a dimensão biomédica. A autora procura na antropologia o instrumental teórico-metodológico para “dar voz aos doentes”.

PALAVRAS CHAVE
Fibrose Quística; doença crónica; antropologia; sociedade.

ARTIGO
Algumas considerações para a compreensão da ansiedade perante a doença terminal e a morte

AUTORES
Paulo Alexandre C Ferreira (Mestre em Sociopsicologia da Saúde, Professor na ESEBB)

RESUMO

A enfermagem é uma profissão complexa e frequentemente repleta de problemas e condicionalismos que poderão alterar comportamentos na relação interpessoal e familiar. Esta é uma particularidade que se pode acentuar quando pessoas cuidam de pessoas com doença terminal e morte.
A complexidade e diversidade de estudos empíricos procurando evidenciar a problemática da ansiedade de morte, mostram a importância que este tema tem assumido na investigação moderna. É importante que o enfermeiro tenha a noção desta realidade, e o possa reflectir de uma forma teórica e prática, e fique atento para não entrar num estado emocional negativo, nem em nenhuma visão pessimista da existência.

PALAVRAS CHAVE
Enfermagem; Ansiedade; Doença terminal/morte.

 


 

ARTIGO
Uma Perspectiva Histórica Sobre o Cuidado

AUTORES
Inês Cruz; Maria de Fátima Moreira; Maria do Carmo Lessa; Maria José Silva (Trabalho realizado no âmbito do 2.º Ano do X Mestrado em Ciências de Enfermagem do ICBAS)

RESUMO
Desde o início da história da humanidade que existem cuidados pois através deles foi assegurada a sobrevivência do Homem. Este trabalho, baseado na obra de Martín-Caro e Martín, descreve “a história do cuidado” dividida em quatro fases que se sucedem cronologicamente: doméstica, vocacional, técnica e profissional. As fases do cuidado não têm etapas temporais bem definidas, mas sofrem influências do conceito de saúde/doença que cada uma das sociedades tem em cada momento histórico. Por vezes é necessário olhar para trás para termos consciência do presente. Olhar a história permite-nos observar as mudanças ocorridas e a forma como a sociedade se reajusta perante novas condições políticas, económicas e sociais. O cuidar em enfermagem emana desta evolução histórica e os seus profissionais devem por isso conhecê-la.

PALAVRAS CHAVE
Cuidado, História da Enfermagem, Saúde, Doença.

ARTIGO
Cateterismo Cardíaco

AUTORA
Susana Santos (Hospital de São João)

RESUMO
O cateterismo cardíaco é, nos tempos de hoje, essencial para a avaliação da anatomia e fisiologia do coração e da sua vasculatura. Este artigo visa transmitir alguns conhecimentos acerca desta temática e descrever as intervenções de Enfermagem antes e após a realização do cateterismo cardíaco.

PALAVRAS CHAVE
Cateterismo cardíaco; Cateterismo do coração direito; Cateterismo do coração esquerdo; Intervenções de Enfermagem.

 


 

ARTIGO
Os Cuidados que Prestamos!!

AUTORA
Ana Celeste Cordeiro Pimentel (Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa)

RESUMO
Existem várias definições de cuidados de Enfermagem, no entanto quando ocupamos, nós enfermeiros o lugar de doente, tudo tem outro sentido…

PALAVRAS CHAVE
Dor, Sofrimento, cuidar.

ARTIGO
Adopção

AUTORA
Florbela de Almeida M. Gouveia Cavaleiro (Enfermeira graduada, Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra)

RESUMO
O sonho e a fantasia acompanham o indivíduo no seu percurso de vida. Quem nunca perguntou: “De onde vêm os bebés?” e a resposta era: “são as cegonhas que vêm de Paris que trazem os bebés”. Cegonhas maternais transportando no bico bebés perfeitos. Mais recentemente surge a história da sementinha que o pai coloca na barriga da mãe. Todas estas histórias apesar de divertidas, não deixam de ter um pouco de verdade; vejamos em relação à adopção, as cegonhas podem bem ser os técnicos envolvidos nos processos de adopção, que entregam as crianças aos pais adoptivos; as viagens podem não ser a Paris mas podem ser ao local de entrega da criança ao casal. Na adopção deixamos de falar de barrigas mas falamos de corações e de pensamentos.

 


 

ARTIGO
A Enfermagem como elo de ligação entre o utente/familia/comunidade

AUTORAS
Margarida Parracho (Enf. Graduada, H.E.S. Évora - Serviço de Cardiologia)
Maria dos Anjos Silva(Enf. Graduada, Centro de Saúde de Évora)
Rosa Pisco (Enf. Graduada, H.E.S. Évora - Serviço de Consultas Externas)

RESUMO
Consideramos que a enfermagem é o elo de ligação entre utente/familia/comunidade. É atravez de uma boa comunicação e da relação de ajuda, que se establece esse elo de ligação com o utente, com a familia e comunidade.

PALAVRAS CHAVE
Comunicação; Cuidar; Relação de ajuda.