Sinais Vitais nº 61 Julho 2005 |
É hora de integrar novos EnfermeirosEstão a terminar mais um conjunto de cursos licenciatura em enfermagem. É, para a maioria das centenas de jovens licenciados o primeiro contacto com a realidade de uma vida profissional aliciante. É, para os enfermeiros um enorme o prazer acolhê-los no seio das equipas de saúde e neste grande grupo profissional que ultrapassará este ano os 50 mil.
Actualmente as expectativas dos enfermeiros perante o novo licenciado subiram. Naturalmente com o nível académico detido à saída, espera-se um conhecimento integral para fazer face às experiências de saúde das pessoas. Temos que salientar que os novos enfermeiros, desenvolveram um percurso de aprendizagem profundo sob ponto de vista conceptual, com clara definição do campo de acção (autónomo e interdependente), com desenvolvimento de capacidades no domínio da reflexividade, da tomada de decisão, pensamento crítico e dos processos de orientação pessoal e profissional. Em suma, estão preparados para aprender a aprender, o que lhes permite naturalmente serem bons profissionais no futuro.
Mas, neste percurso de construção de profissionais competentes é necessária a participação de todos para que o processo de socialização continue. É preciso facilitação, acompanhamento e modelos de referência que lhes permita ultrapassar as dificuldades com que se vão deparar na nova realidade que é - ser enfermeiro à procura da identidade.
A aposta em processos de integração formais, devem orientar para a utilização de experiências clínicas nas áreas mais significativas, favorecendo o aprofundamento, em vez da variedade de doentes e situações e, a independência gradual na tomada de decisão. A continuidade do desenvolvimento da capacidade para o pensamento crítico é particularmente importante, considerando o tipo de decisões que temos que assumir na prática, a complexidade das necessidades dos utentes, e o montante de informação com que o enfermeiro se depara ao prestar cuidados.
Também as Instituições de formação devem desenvolver dinâmicas de acompanhamento criando espaços de reflexão de modo a promover o pensamento crítico e a resolução de problemas, com vista a aumentar os recursos dos novos enfermeiros, ajudando-os a enfrentar os obstáculos que vão encontrando na prática.
Em suma, as responsabilidades nestes processos de socialização devem caber a todos: ao novo enfermeiro, que deve ser capaz de conduzir o seu processo de aprendizagem, à instituição/serviço de acolhimento, que deve privilegiar um processo de acompanhamento sistémico e à organização de formação que pode trazer um contributo avançado quer na criação de espaços de aprendizagem inovadores, quer na aferição do “produto” do trabalho de quatro anos.
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