EDITORIAL
Esta é a primeira revista de 2004. Mais um ano em que esperamos continuar a chegar a tempo e com qualidade junto de cada leitor. Mais um ano em que nos dispomos a ser a porta aberta para o debate de ideias e para a divulgação do conhecimento em enfermagem, de modo a tornarmos mais visível o que fazemos e a acrescentarmos mais qualidade àquilo que os nossos utentes exigem.
O ano de 2003 foi profíquo em discussões sobre o défice orçamental e sobre as reformas no sector da saúde, nomeadamente ao nível da gestão hospitalar. Sobre estas últimas não se pode discutir a sua imperiosidade. No nosso sistema de saúde existe muito desperdício, é um sistema pouco eficiente e a gestão é pouco ágil. Já sobre a forma como essas reformas têm sido colocadas em prática temos que questionar, se não seria possível conseguir melhores resultados a partir do desenvolvimento das experiências que, entretanto, já decorriam em alguns hospitais, refirome ao Hospital S. Sebastião, à Unidade Local de Saúde de Matosinhos entre outros.
Quando se diz que as reformas têm em vista a melhoria da satisfação dos utentes e depois se ouvem algumas individualidades alertarem para a possibilidade de alguns hospitais SA estarem a fazer selecção adversa (rejeitar os doentes que pela sua condição de doença consomem maior volume de recursos), temos que nos questionar se, de facto, as reformas tiveram em conta os utentes ou visaram apenas afastar cada vez mais o Estado da sua função social e dos seus deveres redistributivos.
Também para os enfermeiros o ano que agora começa é um ano de forte expectativa. Ao nível do ensino, porque inicía sem que esteja decidido o início dos cursos de pós-graduação de especialidade, porque começa ainda com alguma indefinição quanto à integração das escolas de Lisboa, Porto e Coimbra.
Expectativas também ao nível laboral, onde os contratos individuais de trabalho parecem passar a ser a norma e onde as tentativas de desvalorizar o nosso papel no sistema são cada vez mais claras.
Temos que estar alerta!
Um bom ano para todos!