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Obesidade aos 15 Anos
Estudo da prevalência numa comunidade rural

AUTORES:
Maria Paula Barroso Vilas Boas Miranda (Enf.ª Especialista em saúde Infantil, Pós Graduada em Pedagogia da Saúde, Mestre em Sociologia da Saúde)

Ana Paula Pinto Castro (Enfª Graduada, Pós Graduada em Enfermagem de Família, Responsável pela Saúde Escolar)

Cláudia Andrea da Costa Gonçalves (Enfermeira, Pós Graduada em Enfermagem de Família Centro de Saúde de Baião)

Resumo
Apresentam-se os resultados de um estudo desenvolvido no Centro de Saúde de Baião, cujo principal objectivo foi determinar a prevalência de obesidade nos jovens nascidos no ano de 1989 e analisar os hábitos alimentares, relacionando-os com a saúde.
De uma população de 311 jovens inscritos, nascidos no ano de 1989, foram avaliados 234, o que dá uma adesão de 75%. A recolha de dados incidiu sobre a avaliação antropométrica (peso, estatura, IMC), a pressão arterial de acordo com o percentil da estatura, os hábitos alimentares comparando-os com a dieta ideal para a idade e a prática de desporto fora da escola.
Os resultados revelaram que os rapazes apresentam valores ligeiramente superiores de obesidade (3% vs 2%), enquanto que as raparigas apresentam valores superiores de pré-obesidade (9,4% vs 4,7%).

 

Palavras-chave: Adolescência; Obesidade; Pré-obesidade; Hábitos alimentares.

 

INTRODUÇÃO
A obesidade na infância e adolescência tem aumentado nos últimos anos, em consequência dos modos e estilos de vida. Sabendo que a adolescência representa um período fulcral para o desenvolvimento cognitivo e social, em que são alicerçados os conhecimentos, as atitudes e os comportamentos que irão influenciar a saúde e a qualidade de vida dos anos vindouros, com esta avaliação pretendeu-se, determinar a prevalência de obesidade nos jovens de 15 anos e simultaneamente, melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde e valorizar os cuidados antecipatórios como factor de promoção da saúde e prevenção da doença. A avaliação foi efectuada no decurso dos exames globais de saúde previstos para esta idade.
A Organização Mundial de Saúde define obesidade como uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afectar a saúde. É uma doença crónica com génese multifactorial que requer esforços continuados para ser controlada. O excesso de peso na adolescência é um forte indicativo de obesidade na vida adulta, o que constitui uma ameaça para a saúde e um importante factor de risco para o desenvolvimento e o agravamento de outras doenças como: diabetes tipo II, doença cardiovascular, doença osteoarticular e cancro.
Segundo o Programa Nacional de Combate à Obesidade (2005), as intervenções neste âmbito devem ser multidisciplinares e fazer-se sentir a nível individual, na mudança de comportamentos, nos grupos de influência, nas instituições e na comunidade, num contexto de suporte, não estigmatizante, que tenha em consideração as influências sociais, culturais, económicas e ambientais. Nas crianças e adolescentes devido ao processo de crescimento e maturação o diagnóstico de excesso de peso e obesidade não é consensual. À semelhança das variáveis antropométricas, o valor do IMC em idade pediátrica deve ser percentilado para isso baseamo-nos nas tabelas de percentis do National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion. Define-se assim obesidade, um IMC igual ou superior ao percentil 95, e pré-obesidade um IMC superior ao percentil 85 e inferior ao percentil 95. Em Portugal a prevalência de obesidade e pré-obesidade nas crianças dos 7 aos 9 anos é de cerca de 31,56%.

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