AVALIAÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS EM UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
António Costa Carvalho
Licenciado em Enfermagem, Pós-graduação em Higiene e Segurança no Trabalho.
RESUMO
É consensual que, nos dias de hoje, os enfermeiros são o grupo profissional que mais tempo de trabalho passa junto do doente. Aliado a este facto, podemos ainda salientar que os riscos a que está sujeito são de vária ordem, nomeadamente, biológicos, psicosociais, ergonómicos, químicos ou físicos, e que, em conjunto com práticas de trabalho inadequadas ou desconhecimento do risco real a que estão expostos, facilmente são vítimas de acidentes de trabalho ou de doenças profissionais.
Os resultados obtidos no estudo realizado revelam uma prevalência de acidentes de trabalho de 56,7%, sendo a maior percentagem imputada a picada acidental por agulha (47,1%), seguindo-se os musculo-esqueléticos (29,4%). Relativamente a problemas de saúde de que os enfermeiros padecem, 36,7% dos enfermeiros consideram que estes foram consequência da sua actividade profissional, sendo que, 81.8% são de índole musculo-esquelética devido a esforços ou mobilizações de doentes inadequadas.
Este estudo revela, assim, a necessidade de investir na prevenção de riscos ocupacionais, bem como na mudança de atitudes visando a melhoria das condições de trabalho e consequentes ganhos em saúde para os enfermeiros.