OUTRO ENQUANTO DOENTE TERMINAL - UMA IMPOSIÇÃO ÉTICA
Ana Maria Machado Gonçalves Reis
RESUMO
Este estudo tem como objectivo traçar algumas linhas de conduta ética a partir do pensamento de Levinas, para um possível contributo na prática dos cuidados de enfermagem, relativamente ao contexto que envolve o doente terminal. Tal implica um novo apelo à filosofia de Levinas e à ciência de enfermagem, cuja questão está ligada à relação ética com o Outro enquanto doente terminal. Propõe-se assim um saber nas ciências de enfermagem à luz do pensamento de Lévinas, a fim de cuidar o ser humano baseado numa conduta ética.
Neste estudo, a metodologia utilizada baseou-se na análise documental, com base exploratória. A nossa análise inicia-se com a focalização da Alteridade e Responsabilidade em Levinas como Fundamento da Ética, onde abordaremos a problemática Alteridade e Rosto. A segunda parte deste trabalho fundamenta-se na abordagem do contexto da morte, principalmente, a área que envolve o doente terminal, o processo de morrer, tal como a análise de um modelo de cuidar e os aspectos éticos inerentes ao final de vida, no âmbito de enfermagem. Esta abordagem abre um caminho de humanização, onde há a descoberta maravilhosa da Alteridade do Outro. Este caminho explica o sentido ético do Outro, como apelo ao respeito da dignidade, constituindo assim o fundamento do sentido da acção de cuidar o doente terminal. Isto deverá ser o caminho a adoptar no apelo à dignificação da morte.