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DO FAZER AO PENSAR: QUE AUTONOMIA? DINÂMICA DAS PRÁTICAS DOS ENFERMEIROS ESPECIALISTAS EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNA E OBSTÉTRICA
Rosa Maria dos Santos Moreira Galhardo(1)

Resumo
No presente trabalho pesquisaram-se os significados que no pensamento, acção e condições sociais possibilitam aos enfermeiros interpretar, o uso que fazem da autonomia profissional na dinâmica das suas práticas. Tomámos como objecto de estudo a via da desconstrução das dimensões que atravessam o constructo que suportam as práticas dos enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, utilizando a observação participante segundo o Modelo de Leininger (OPR) e a análise do discurso das entrevistas semi-estruturadas segundo o Modelo de Spradley. É um estudo qualitativo, de orientação etnográfica, na vertente da etnoenfermagem.
Da análise temática emergiu um tema que constitui o eixo central dos resultados do estudo: “A autonomia depende da vontade individual”, que indica a concepção que os enfermeiros têm acerca da autonomia nas suas práticas. Trabalham num clima que não dificulta o seu desenvolvimento; são autónomos na escolha do método de trabalho; reconhecem que trabalham num campo de intervenção que lhes permite agir com autonomia; o trabalho em equipa é garante da sua autonomia, embora identifiquem os factores que podem ser condicionantes. Consideram que a “vontade” é fundamental e está inerente a todo o processo para assegurar o desenvolvimento da autonomia profissional.

Palavras-chave: Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Autonomia profissional; Significados das Práticas; Dinâmica das Práticas; Vontade individual.

(1) Enfermeira, Professora-Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Mestre em Ciências de Enfermagem