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Sinais Vitais no 72 Maio 2007 |
EDITORIAL
Passou há pouco tempo mais um ano sobre uma data fundamental para os Portugueses. A revolução pacífica de há 33 anos trouxe modificações na forma de viver de todos nós, aumentou a nossa qualidade de vida, possibilitou um melhor acesso à educação, à saúde e a todo um conjunto de benefícios que, nos permitem, hoje, ter indicadores de saúde que nos colocam no pelotão da frente dos países desenvolvidos. Mas este desenvolvimento trouxe também novos hábitos de vida e processos de aculturação que têm contribuído também para que estejamos já a enfrentar os problemas que eram típicos do que se designava pelas sociedades de consumo, nomeadamente nos que diz respeito à alimentação. Num tempo em que as formas esguias e os músculos esculpidos constituem um padrão de beleza, o excesso de peso e a obesidade transformaram-se num problema sério de saúde pública a que urge dar relevo e para o qual os enfermeiros devem estar não apenas alerta, mas dispostos a intervir nele. Assistimos ao atropelo constante das tradições culinárias tradicionais que vão dando lugar ao fast-food. Essa alimentação com muita gordura e sal resultam artérias entupidas a diabetes que são apenas algumas das possíveis consequências do excesso de peso. Mas, independentemente dessas consequências, existe hoje uma unanimidade para se considerar a própria obesidade como uma doença. E o que é pior: uma doença crónica e incurável. O indivíduo pode até emagrecer, mercê de algumas terapias hoje muito em voga, mas vai ter que se cuidar pelo resto da vida para não engordar de novo. É por isso que também aqui mais vale prevenir que remediar.
Fernando Amaral