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Revista Sinais Vitais nº 99

Novembro de 2011

 

 

 

Editorial

Entrevista
Enfermeiros Paulo Santos e Ana Rainha


Ciência & técnica
As duas faces da moeda - um quotidiano bipolar

Reflexão em torno dos maus tratos ao idoso

Brincar - desenvolvimento infantil

Liderança - outra perspectiva

"The golden hour " percepções dos enfermeiros

A competência e o aperfei çoamento profissional , na senda da excelência na Prática de enfermagem - reflexão ética

O fenómeno da institucionalização do idoso na actualidade

Dor fantasma - um fenómeno a considerar na amputação do recto

Cuidados de enfermagem a uma criança com tinha do couro cabeludo

 

EDITORIAL


Caros colegas,
Com esta edição a Revista Sinais Vitais comemora a seu 17º aniversário. Não podia deixar aqui de colocar uma nota para todos aqueles e aquelas que desde a primeira hora confiaram neste projecto e agradecer-lhes por isso.

Nestes 17 anos de vida muito tem acontecido na Enfermagem, e estamos numa altura em que muitas outras coisas estão para acontecer, nem todas elas boas. A Revista Sinais Vitais tem servido para garantir que os enfermeiros possam demonstrar a sua vitalidade. Nestes momentos difíceis que se avizinham queremos continuar a servir os enfermeiros Portugueses para que possam ouvir a sua voz, de saber, mas também de opinião. Será que os enfermeiros não têm opinião sobre o actual estado da saúde (ou da doença) em Portugal? Se não nos perguntam qual a nossa opinião, então sejamos nós a dá-la.

Vão haver muitos cortes no financiamento da saúde. Onde? Como? De que forma?

Para estas perguntas nós temos que ter uma resposta, uma resposta que acima de tudo não ponha em causa a qualidade e a defesa da segurança dos doentes, e das pessoas em geral, que necessitam dos nossos cuidados.

Não podemos aceitar que mais uma vez se corte nos operacionais, naqueles que no dia-a-dia estão junto dos doentes, que evitam que morram e que promovem a cada dia o seu bem-estar. Não podemos deixar que o Ministério da Saúde seja cada vez mais um Ministério da doença e se esqueça da visão global dos cuidados de saúde que acontecem não apenas junto dos doentes, mas junto daqueles que estando saudáveis pretendem continuar assim.

Esta visão que reduz os cuidados de saúde à prestação de cuidados a doentes é que tem arruinado a sustentabilidade do SNS. Houve um tempo em que se dizia que o problema era um problema de gestão. Colocaram-se administradores em todos os lados, criaram-se departamentos (cada um com gestores que se entretêm a dizer que o número de seringas que os enfermeiros chefe pedem tem que ser diminuído), novas formas de gestão foram implementadas. Mas o que temos visto são os Hospitais a dar prejuízo. O “upsizing” não resolveu, e não resolver, porque o problema tem sido sistematicamente mal colocado. O problema não pode continuar a ser colocada apenas nos números da produção, mas no valor que essa produção acrescenta. Isto implica uma nova estrutura de serviços que deixe de estar centrada nas especialidades médicas, mas nas necessidades dos clientes (sim disse clientes, porque mesmo no sistema público eles pagam de uma forma directa ou indirecta). Só assim algum dia poderemos obter a tão propalada eficiência.

A Revista Sinais Vitais quer ser o megafone para a sua opinião. Obrigado.

António Fernando Amaral, Enfermeiro
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