BURNOUT E COPING EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE
José Eusébio Palma Pacheco (1)
Saul Neves de Jesus (2)
Resumo
Este trabalho baseia-se na convicção de que o burnout pode interferir no bem-estar e na saúde. Neste sentido, foi delineada uma pesquisa de tipo exploratório e descritivo, tendo como objectivo identificar e analisar os factores de burnout, as estratégias de coping usadas pelos profissionais de saúde, e o estabelecimento de relações entre estas variáveis.
A amostra foi constituída por 357 profissionais de saúde de dois hospitais para o estudo. Previamente realizámos estudo de campo e uma revisão bibliográfica pertinente para esta temática, definindo um quadro teórico que permitiu estabelecer a metodologia seguida.
Verificaram-se os seguintes resultados:
- 23,8% apresenta altos níveis de exaustão emocional, 24,9% apresenta altos níveis de despersonalização e 39,2% apresenta altos níveis de realização pessoal;
- a exaustão emocional relaciona-se negativamente com o controlo e positivamente com o escape e a gestão de sintomas, pelo que quando a exaustão emocional aumenta o controlo diminui e o escape e a gestão de sintomas aumentam;
- a despersonalização relaciona-se negativamente com o controlo e positivamente com o escape e a gestão de sintomas, pelo que quando a despersonalização aumenta, o controlo diminui e o escape e a gestão de sintomas aumentam;
- a realização pessoal relaciona-se positivamente com o controlo pelo que quando aumenta a realização pessoal o controlo também aumenta.
Palavras-chave: Burnout, exaustão emocional, despersonalização, realização pessoal e coping.
(1) Professor-Adjunto na Escola Superior de Saúde de Faro - UALG. Doutorado em Psicologia da Saúde.
(2) Professor Catedrático de Psicologia na Universidade do Algarve. Doutorado em Psicologia.