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Sinais Vitais no 69 Novembro 2006


 

 


 

EDITORIAL

Um projecto com doze anos
Com a edição deste número da Revista Sinais Vitais cumpre-se doze anos de edição de um periódico com saída regular, sem interrupções, perfazendo sessenta e nove números editados. Sobre a avaliação dos seus conteúdos, critérios editoriais e arranjos gráficos, outros se encarregarão de o fazer, já que não queremos e não seria lógico sermos juízes em causa própria. Todavia não podemos deixar de referir hoje e registar o pioneirismo de um projecto à escala nacional, inteiramente concebido e elaborado por enfermeiros portugueses.
O projecto vingou e cresceu, a ele associaram-se outras edições periódicas, o SOS- Jornal de Enfermagem, a Revista Investigação em Enfermagem. Cresceu ainda no sentido das edições de manuais e de monografias, corporizadas nas edições Sinais Vitais/Formasau, com mais de seis dezenas de títulos editados, na sua grande maioria de enfermeiros portugueses. Doze anos em que acompanhando o processo editorial com raiz nesta revista – a Revista Sinais Vitais –assumimo-nos como entidade formadora creditada pelas entidades competentes e reconhecida pelos pares, organizando centenas de cursos, encontros, simpósios, fóruns e congressos. Contámos ao longo destes anos com a colaboração de centenas de enfermeiros nacionais e estrangeiros, criámos oportunidades e divulgámos conhecimento. Demos o nosso contributo para o desenvolvimento da enfermagem. Temos a consciência que ao longo destes doze anos a Revista Sinais Vitais, em todo o seu projecto, contribuiu para o desenvolvimento da enfermagem enquanto disciplina e enquanto prática organizada em profissão. Agrada-nos principalmente ter entre as centenas de colaboradores das nossas edições, dos nossos cursos, encontros e congressos um leque extremamente prestigiado de enfermeiros, que tem sabido pensar, reflectir, ser e intervir na enfermagem em Portugal. Surgimos há doze anos para prestar serviço, o que nos movia então move-nos ainda hoje. Entusiasma-nos as centenas de jovens profissionais que nos procuram solicitando formação, sugerindo cursos, apresentando trabalhos para publicar. Nascemos enquanto revista para divulgar a produção nacional de
enfermagem, para tornar visível os trabalhos produzidos pelos enfermeiros
portugueses. Na Sinais Vitais ao longo destes anos tem guarida trabalhos, produções e reflexões de todos os enfermeiros, desde os mais novos, recém chegados à profissão, aos mais maduros capazes de reflexões e construções teóricas de elevado nível, diríamos mesmo de topo na produção teórica inerente à construção da enfermagem enquanto disciplina de saber autónomo. A riqueza da Sinais Vitais enquanto projecto mais alargado está nesta opções editoriais. Pensamos que assim cumprimos com o propósito fundador e servimos ao necessário desenvolvimento actual. Doze anos.
Existiremos enquanto nos quiserem.
Paulo Queirós

 


 


ENTREVISTAConversando com a Enfermeira Ana Maria Vaz
Ana Maria Baptista Oliveira Dias Malva Vaz, 47 anos, casada e natural de Coimbra.
Por opção ingressou no curso de enfermagem em 1977, na Escola de Enfermagem de Bissaya Barreto, após ter concluído o Curso Complementar dos Liceus.
Mestre em Saúde Ocupacional pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, frequentou o Doutoramento na Universidade da Extremadura em Desarrollo y Intervencion Psicológica.
Iniciou a sua actividade profissional em 1980, na maternidade Dr. Daniel de Matos, tendo frequentado o curso de especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na Escola de Enfermagem de Bissaya Barreto.
Em 1985 ingressou na carreira docente na Escola de Enfermagem de Bissaya Barreto, da qual saiu por transferência para a Escola de Enfermagem Dr. Lopes Dias (ESEnfLD) em 1990, por motivos pessoais. Professora Coordenadora desde 1997 e Directora da Escola Superior de Enfermagem Dr. Lopes Dias, desde 1998.
Em 2002 iniciou funções de vice-presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e em 2005 iniciou funções como Presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Entrevista da responsabilidade do Enfermeiro Fernando Amaral

 


 

 


FÓRUM ESPECIALIDADESA Ordem dos Enfermeiros tem vindo a desenvolver um conjunto de acções descentralizadas no sentido de esclarecer
as suas posições face à problemática da individualização das especialidades de enfermagem.
A Revista Sinais vitais atenta que está às questões da profissão e às questões que interessam aos enfermeiros não podia deixar de participar nessa discussão, mantendo e garantindo a necessária isenção editorial. Neste sentido damos início neste número ao que designamos forum especialidades que pretendemos seja um espaço aberto à opinião dos enfermeiros
qualquer que ela seja. Neste número solicitámos a três Enfermeiros de reconhecido mérito no panorama da enfermagem em Portugal, na próxima queremos dar a conhecer a sua opinião sobre o tema. Faça-se ouvir, escrevendo o que pensa, sobre as suas preocupações. Participe este é um direito, mas é também um dever enquanto cidadão e
enfermeiro.


 

 


 

OPINIÃO


O AGIR EM ENFERMAGEM RELAÇÃO DE AJUDA - PROCESSO DE ENFERMAGEM
 

Célia Negrão (Bacharelato em Enfermagem, Enfermeira Generalista, Ortopedia- 4 do Hospital da Prelada no Porto)
Márcia Cruz (Bacharelato em Enfermagem, Licenciada em Psicologia , Enfermeira Residente, Ortopedia-4 do Hospital da Prelada no Porto)
 
RESUMO
Se pensarmos nos objectivos da relação de ajuda, rapidamente percebemos que ajudar o cliente a ultrapassar uma provação, resolvendo uma situação problemática, real ou potencial, através do reencontro do seu nível de funcionamento pessoal satisfatório, é simultaneamente conhecê-lo antes e durante essa situação problemática. Só através deste conhecimento é possível levantar diagnósticos de enfermagem (ou fenómenos) e delinear conjuntamente (enfermeiro- cliente) um plano de acção (cuidados de enfermagem) que terá que ser avaliado e readequado até á resolução do problema e restabelecimento do equilíbrio. Assim, o que se pretende reflectir, é o modo como é possível integrar os princípios básicos da relação de ajuda no exercício profissional, com base no processo de enfermagem.

 


 

CIÊNCIA E TÉCNICA

COMUNICAÇÃO EM ENFERMAGEM
 
Andreia Gomes, Angela Oliveira, Cláudia Pires, Elisabete Ramos, Emanuela Alves (alunos do 2.º Ano de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Bragança), sob a orientação da Dr. Eugénia Anes (docente da disciplina)
Artigo recepcionado em 2003.

RESUMO
Em enfermagem, a comunicação assume particular importância, permitindo o contacto entre enfermeiro-doente e impulsionando a interacção e cooperação entre todos os membros da equipe de saúde, os quais trabalham para o mesmo objectivo. A comunicação é fundamental na interacção enfermeiro-doente, permitindo a recolha de dados, fundamentais para a aplicação do processo de Enfermagem e, no relacionamento entre a equipa de saúde, essencial para que todos trabalhem com o mesmo propósito.

PALAVRAS-CHAVE: Interacção; Cuidar; Informação; Saber fazer; Saber ser; Empatia; Respeito; Disponibilidade; Diálogo; Cooperação; Técnica básica.

 


 

ENSINO ESTRUTURADO AO DOENTE CORONÁRIO

Ana Paula Pereira, Elsa Maria Almeida, Fernanda Lameirão, Maria Helena Viana (Enf. Graduadas/Licenciadas da UCIC do CHVR-PR, Centro Hospitalar de Vila Real – Peso da Régua)
Artigo recepcionado em 2003.

RESUMO
Tendo presente que o ensino ao doente e família é uma responsabilidade ética e legal do enfermeiro e convictos da importância do ensino estruturado ao doente coronário, a equipa de enfermagem da Unidade de Cuidados Intensivos Coronários (UCIC) do Centro Hospitalar de Vila Real – Peso da Régua (CHVR-PR), propôs-se analisar de forma crítica a sua actuação educativa numa perspectiva de resolução das situações-problema. O diagnóstico da situação relativo ao processo de ensino revelou alguns factos importantes que deram origem a um projecto de ensino estruturado ao doente coronário que contemplou a criação e implementação de um plano de ensino estruturado e de um guia de orientação, com início no 2º semestre de 2000. Com este artigo pretende-se apresentar os princípios orientadores do ensino ao doente coronário no contexto da UCIC e, em particular, dar a conhecer o trabalho desenvolvido pela equipa de enfermagem nesta
unidade.
 


 

RELAÇÃO DE AJUDA À MULHER COM O DIAGNÓSTICO DE CANCRO DA MAMA
 

Rosa Maria Almeida Pisco (Enfermeira Graduada, Serviço Consultas Externas, Hospital Espírito Santo – Évora)
Artigo recepcionado em 2003.
 
RESUMO
O cancro da mama, patologia essencialmente feminina, ocupa em Portugal, um lugar importante nas causas de morte por cancro na mulher. Para além disso, o diagnóstico de cancro da mama suscita em todo o ser humano factores emocionais influenciados pelo medo e ansiedade, que a própria doença provoca na sociedade em geral. Conduz a várias alterações psicológicas, bem como mudanças permanentes no funcionamento corporal e aparência física na mulher. Para estas mulheres, o futuro é uma incógnita. Neste contexto, consideramos que a intervenção relacional é extremamente importante para o reequilibro emocional da mulher com o diagnóstico de cancro da mama.
 
PALAVRAS-CHAVE: Dor; Perda de atractivo social e sexual; Rejeição e morte; Relação de ajuda.

 


 

PORQUÊ, COMO E QUANDO PODE ACONTECER NEOPLASIA DO PÉNIS

Maria João Maximino Marques Falé (Enfermeira Graduada, Cirurgia I, Hospital do Espirito Santo de Évora)
Selma Cristina Viegas Bogadinho (Enfermeira, Cirurgia I, Hospital do Espírito Santo de Évora)

RESUMO
Sentimos necessidade de pesquisar e realizar este trabalho sobre a Neoplasia do Pénis por diversas razões:
Exercemos funções na Unidade de Cirurgia I, onde existe a Valência de Urologia, a nossa realidade e experiência profissional nesta Unidade demonstra-nos a raridade deste tipo de Neoplasia.  
Por ser menos frequente e a menos abordada, de entre as várias Neoplasias do sistema reprodutor masculino.
Para melhor compreendermos as alterações físicas e psicológicas que este tipo de Neoplasia acarreta.

PALAVRAS-CHAVE: Neoplasia; Lesão; Dor; Sofrimento; Ansiedade; Sexualidade.

 


 

A CRIANÇA COM MIELOMENINGOCELO

Luísa Azevedo (Enfermeira Graduada, Hospital S. João, Serviço de Neonatologia)
Paula Azevedo (Enfermeira Graduada, Hospital S. João, Serviço de Neurologia Pediátrica)
Paula Janeiro (Enfermeira Graduada, Hospital S. João, Serviço de Neurologia Pediátrica)

RESUMO
O mielomeningocelo é uma das 3 formas de apresentação da espinha bífida. A espinha bífida caracteriza-se por uma malformação congénita da coluna vertebral que surge entre a 3ª e 4ª semana de gravidez, em que a parte posterior das lâminas vertebrais não se fecha. O prognóstico da saúde da criança com mielomeningocelo depende do défice neurológico presente ao nascimento, incluindo a capacidade motora, a enervação vesical assim como a presença de lesões cerebrais associadas.

 


 

A CRIANÇA E A BRONQUIOLITE
Ana Maria Carvalhal (Enfermeira graduada, Urgência de Pediatria, Hospital Espírito Santo de Évora)

RESUMO
A bronquiolite é uma das razões mais comuns, quer das urgências pediátricas, quer das admissões hospitalares de crianças com menos de dois anos de idade. Neste artigo são abordadas algumas considerações gerais, manifestações clínicas, tratamentos, complicações e intervenções de enfermagem.

PALAVRAS-CHAVE: Criança; Bronquilolite; Intervenções de Enfermagem

 





A FAMÍLIA DO DOENTE INTERNADO - QUE PAPEL? QUE EXPECTATIVAS?
Alexandra Cosme (Centro Hospitalar de Torres Vedras, Medicina Unidade B)
Inês Severino (Centro Hospitalar de Torres Vedras, Medicina Unidade B)
Sonia Correia (Centro Hospitalar de Torres Vedras, Medicina Unidade B)
David Paniagua (Centro Hospitalar de Torres Vedras, Medicina Unidade B)

RESUMO
O aumento da população idosa na nossa sociedade, exige às instituições de saúde, aos profissionais de saúde e aos familiares respostas inovadoras para os seus problemas. Assim, pretendemos reflectir sobre esta problemática tendo por base a nossa experiência no serviço de Medicina e entrevistas a familiares de doentes internados. A finalidade deste artigo é avaliar o papel da família do doente internado e as suas expectativas face ao cuidar, de forma a melhorar os cuidados prestados.

PALAVRAS-CHAVE: Família; Parceria; Cuidar em enfermagem
 



 

EUTANÁSIA - DIREITO A VIVER/DIREITO A MORRER
Reflexão durante o ensino clínico

Maria João Silva (Enfermeira Licenciada, Nível 1, Unidade de puérperas normais e patológicas do Hospital de Santa Maria)

RESUMO
O acto de promover a morte antes do que seria de esperar, por motivo de compaixão e diante de um sofrimento penoso e insuportável, sempre foi motivo de reflexão por parte da sociedade. Agora, essa discussão tornou-se ainda mais presente quando se discutem os direitos individuais como resultado de uma mobilização do pensamento da sociedade e quando
a cidadania exige mais direitos. Além disso, surgem cada vez mais tratamentos e recursos capazes de prolongar por muito tempo a vida dos pacientes o que pode levar a um demorado e penoso processo de morrer.

PALAVRAS-CHAVE: Eutanásia, Eutanásia negativa, eugénica, voluntária e involuntária; Código Deontológico; Ética moral e profissional; Princípios éticos; Vida humana.
 





UMA VIVÊNCIA JUNTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Nisa Rubina Pereira Souto (Enfermeiro nível 1, Unidade de Cuidados Intensivos de Recém-Nascidos, Centro Hospitalar do Funchal – Hospital da Cruz de Carvalho)
Artigo recepcionado em 2003.

RESUMO
O presente artigo é um convite à reflexão sobre a vida de pessoas com deficiência auditiva e ao desenvolvimento de estratégias que minimizem assuas dificuldades quando recorrem às Instituições de Saúde.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação verbal; Comunicação não-verbal; Deficiência Auditiva; Dificuldades; Enfermeiro; Estratégias.
 






POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL E CUIDADOS NA COMUNIDADE - UMA RETROSPECTIVA EM PORTUGALCândida Loureiro (Prof. Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermeira Especialista em ESMP e Mestre em Psiquiatria e Saúde Mental)

RESUMO
Neste artigo apresentamos uma retrospectiva dos cuidados comunitários ao nível da saúde mental em Portugal. Reportamo-nos à primeira Lei de Saúde Mental em 1945 e a todas as alterações que desde essa data foram transformando a política dos cuidados até aosdias de hoje. No que respeita à implementação dos cuidados na comunidade utilizamos aqui o testemunho daqueles que tiveram a sorte de poder efectivar o que há época foi preconizado contribuindo assim para uma melhor saúde mental comunitária.

PALAVRAS-CHAVE: Cuidados Comunitários; Saúde Mental; Lei de Saúde Mental; Psiquiatria Comunitária.