COMUNICAR COM O DOE NTE EM COMA: Vivências de quem cuida
Ana Sofia Fernandes(1)
Ana Raquel Pereira(2)
Carla Sofia Dionísio Batista(3)
João Manuel Garcia Nascimento Graveto(4)
Resumo
A comunicação constitui um importante instrumento do enfermeiro para que a interacção e a troca aconteçam e, consequentemente, o processo de cuidar. No entanto, podem surgir dificuldades, nomeadamente na relação que se estabelece com o doente em coma. Com este artigo pretende-se dar a conhecer as vivências comunicacionais de enfermeiros que trabalham na Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar de Coimbra, na relação que estabelecem com o doente em Coma e compreender o significado dessas mesmas vivências. Dada a natureza do fenómeno a estudar, efectuámos um estudo exploratório-descritivo de orientação fenomenológica, segundo as etapas do método fenomenológico, de acordo com as orientações de Loureiro (2002). Da análise das entrevistas identificou-se a estrutura das vivências comunicacionais com o doente em coma, destacando-se cinco áreas temáticas, sendo elas: vivências de (in)comunicação com o doente em coma, estratégias comunicacionais, barreiras comunicacionais, experiências de (inter)acção e, por último, pessoas que cuidam de pessoas. Este estudo possibilitou um despertar da consciência para as áreas temáticas descritas, facultando uma reflexão, no sentido da melhoria na comunicação do enfermeiro com o doente em coma.
Palavras-chave: Enfermeiro, comunicação, coma, vivências.
(1) Enfermeira Generalista. Hospital Dr. Fernando Valle, Arganil.
(2) Enfermeira Generalista. Hospital de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Tábua.
(3) Enfermeira Generalista. Centro de Saúde de Faro, ARS Algarve, IP.
(4) Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação. Mestre em Toxicodependência e Patologias Psicossociais – ISMT – Coimbra. Doutor em Desarrollo y Intervención Psicológica – Universidad de Extremadura – Badajoz - Espanha. Professor-Adjunto na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra