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Revista Investigação Enfermagem nº25

 

 

 

EDITORIAL

TEORIA DA ENFERMAGEM, PRECISA-SE
Paulo Joaquim Pina Queirós


ACTIVIDADE FÍSICA E AUTONOMIA INSTRUMENTAL DAS PESSOAS IDOSAS
Tânia Cristina Mendes Faria


INDICADORES DE QUALIDADE EM LARES PARA IDOSOS
Telmo Aleixo; Ana Escoval; César Fonseca


A VIDA APÓS O TRANSPLANTE O COPING E A VULNERABILIDADE AO STRESS NO INDIVÍDUO TRANSPLANTADO RENAL
Tânia Catarina Saraiva Oliveira; Paulo Joaquim Pina Queirós


TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA LITERACIA EM SAÚDE MENTAL
Luís Loureiro; Ana Pedreiro; Susana Correia


INTERVENÇÃO EDUCATIVA JUNTO DE UM GRUPO DE ENFERMEIROS DE UM SERVIÇO DE MEDICINA. IMPACTO NA PRÁTICA DA TERAPÊUTICA INALATÓRIA
Maria do Carmo Oliveira Cordeiro


ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DA ESCALA DAS CAPACIDADES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL (EVB-CIE) EM ENFERMEIROS
Carlos Vilela ; Margarida Filipe


PREVALÊNCIA DE DORES NAS COSTA S E FACTORES DE RISCO ASSOCIADOS, DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Arménio Cruz; Henrique Nunes


A UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DOS GRUPOS FOCAIS NA METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA
Ana Paula Lima Nunes

 

 

EDITORIAL

Teoria da Enfermagem, precisa-se
I
A enfermagem é uma ciência humana prática, como tal a sua finalidade é muito concreta e traduz-se numa actividade que tem de ser aprendida, logo necessita de alguém que a ensine, e a ensine com base em referenciais assente em formas de conhecimento de natureza e proveniência diversa, conhecimento público (baseado em evidencias) e conhecimento privado (desenvolvido por cada um, de iniciado a perito, arte, expertise), no sentido que lhe é dado por Kim (2010)1.
O caracter prático desta forma de conhecimento humano não o inibe de um pensamento teórico sobre si mesmo – metateoria –, e do desenvolvimento de pensamento informante das práticas que sustenta e do qual por sua vez também se alimenta. Pensamento, ou teoria, com diferentes níveis de abstracção, desde o nível da metateoria, às grandes teorias, passando pelas teorias de médio alcance chegando às teorias práticas. Neste sentido a Teoria da Enfermagem engloba o pensamento teórico da enfermagem nos vários níveis referidos.
Walker & Avant, (2011)2 precisam que os diferentes níveis de abstracção correspondentes ao pensamento (teórico) em enfermagem comportam no topo o nível metateorico que clarifica o nível das grandes teorias, a que se segue o nível das teorias de médio alcance que é guiado pelo antecedente e por sua vez dirige o nível das teorias práticas. Em sentido inverso, as teorias práticas testam as teorias de médio alcance, que refinam as grandes teorias, sendo que estas fornecem material para o nível metateorico.
Percebe-se assim a possibilidade da existência de uma entidade, disciplinar, unidade curricular, com a designação de Teoria da Enfermagem, englobando o pensamento teórico nos quatro níveis expostos, a saber e desde logo a metateoria, e as teorias de enfermagem correspondentes aos outros três níveis: grandes teorias, teorias de médio alcance, teorias práticas ou de situação específica (na designação de Meleis, 2012) 3.
Desta forma penso ver clarificada a discussão entre a opção na designação de “teoria da enfermagem” e “teoria de enfermagem”.

II
A Teoria da Enfermagem quando se ocupa da metateoria debruça-se “literalmente sobre a teoria acerca da teoria; não a teoria em si mesmo, mas as preocupações com a natureza e os pressupostos da teoria de enfermagem” (Walker & Avant, 2011)2. Ou, como nos refere ainda Chinn e Kramer (2011) 4 “teoria sobre a natureza da teoria e processos para o seu desenvolvimento”.
A este propósito Meleis (1997) 5 diz-nos que: “o objetivo da metateoria é definir os tipos de teorias a serem gerados, modos pelos quais as teorias são geradas e estratégias pelas quais as teorias são avaliadas. O metateorista é equivalente a um pesquisador metodológico que define e desenvolve projectos, aborda questões no processo de pesquisa, os critérios para a crítica, e as estratégias para a utilização de metodologias mais adequadas e congruentes. Os metateoristas analisam teorias ou criam processos para o desenvolvimento de teoria, mas eles não desenvolvem o conteúdo das teorias.
Quando eles se voltam para o desenvolvimento de conteúdos, eles são considerados teóricos, não metateoricos.”
Meleis (1997) 5 sintetiza afirmando que a “metateoria é a teoria das teorias”. Para Walker & Avant, (2011) 2 o nível da metateoria inclui, mas não está limitado a:
“1) Analisar o propósito e tipo de teoria necessária à enfermagem;
2) Propor e criticar as fontes, os métodos de desenvolvimento da teoria em enfermagem;
3) Propor os critérios mais adequados para avaliar a teoria em enfermagem.”

III
A Teoria da Enfermagem quando se ocupa das grandes teorias, teorias de médio alcance e teorias práticas atende à criação e desenvolvimento do conhecimento (pensamento teórico) transferível para os contextos clínicos, mais concreto, prático, que sustenta a actividade profissional de enfermeiro, permitindo também a sua descrição e leitura dentro de uma linguagem disciplinar.
“A função primária de uma teoria é descrever, explicar, e predizer fenómenos numa disciplina” (King & Fawcett, 1997) 6, e os “fenómenos dentro de uma disciplina são os aspectos que reflectem o domínio ou o território da disciplina” (Meleis, 2012) 3.
A referência a “fenómenos” aponta para uma dimensão concreta. Fenómenos como “descrição ou rótulo dado para descrever uma ideia sobre um acontecimento, uma situação, um processo, um grupo de eventos, ou um grupo de situações” (Meleis, 2012)3.
Poderíamos sustentar que as teorias de enfermagem permitem leituras das práticas clínicas descritas numa linguagem disciplinar através de conceitos, constructos próprios ou emprestados mas com um sentido preciso neste enquadramento. Mas também encontram, descrevem e utilizam conceitos, – próprios ou emprestados de outras disciplinas –, alguns dos quais de uma presença forte e constante, com possibilidades explicativas/interpretativas que os transformam em conceitos operatórios (operativos).
Entre esses conceitos não raro se encontram alguns que dão origem a outras teorias sequenciais ou secundárias mostrando também poder germinativo. Pensamos ser possível defender que conceitos com poder operativo e germinativo tendem a ser conceito  centrais num domínio científico, veja-se no caso da enfermagem a título de exemplo o conceito de autocuidado.
Para Fitzpatrick (1997) 7 “a teoria existe na enfermagem para ajudar os profissionais a providenciarem melhores cuidados de enfermagem”, – acrescentamos nós após leitura de Meleis (2010)8 –, informando e sistematizando as evidências conducentes a terapêuticas de enfermagem facilitadoras dos processos de transição tendo em vista o bem-estar.
As terapêuticas de enfermagem são definidas por Barnard (1980; 1983 apud Meleis 2010)3 como “todas as actividades de enfermagem e acções deliberadas concebidas para cuidar dos clientes de enfermagem”. As transições e o processo de transição, conceito com origem na psicologia com Schlossberg (1981)9, têm sido tratados no âmbito de enfermagem com grande clareza, visão e utilidade (caracter operatório) por Meleis e colaboradores. Bem-estar nas suas múltiplas vertentes, subjectivo, psicológico, social, físico, espiritual, fortemente promissor na clarificação da finalidade dos cuidados (terapêuticas de enfermagem).
Assim sendo, colocaria no caderno de encargos da Teoria da Enfermagem discutir e dar resposta, entre outras, a questões tais como:
– Haverá uma teoria da enfermagem?
– Não é a enfermagem uma disciplina essencialmente prática?
– Como se construi o conhecimento em enfermagem?
– Haverá um conhecimento específico em enfermagem?
– O que caracteriza o conhecimento em enfermagem?
– O que é a enfermagem?
– Quais os conceitos centrais?
– Que finalidades, objectivos e propósitos?
– Serão os domínios suficientemente caracterizadores para garantir a autonomia disciplinar?
– Existem teorias explicativas na enfermagem?
– O que são e como se articulam os modelos de enfermagem neste âmbito?
– Poderá haver conciliação entre contributos de vários modelos/teorias?
– Serão todas as teorias de igual valia?
– Em que medida uma teoria de enfermagem contribui para uma melhor prática?
– Terá alguma utilidade diferenciar o conhecimento em enfermagem de outros domínios?
– Havendo várias teorias e modelos, quais os mais significativos, e qual o critério para o determinar?
– Que ponto da situação pode fazer-se da teoria da enfermagem hoje?
– Quais os principais marcos evolutivos do pensamento teórico em enfermagem?
– Será a enfermagem uma ciência?
– Estarão os objectivos e finalidades desta forma de conhecimento clarificados?
– Que características têm de ter um corpo de conhecimentos para ser uma ciência?
– Haverá suficiente desenvolvimento metodológico em enfermagem para poder ser caracterizado como ciência?
– Quais as metodologias específicas de enfermagem?
– Qual a linguagem específica utilizada neste campo de conhecimento?
– Terá o corpo de conhecimentos – enfermagem- conceitos próprios?
– Qual a necessidade e o contributo das linguagens classificadas?
– Encontramos nas diversas abordagens teóricas conceitos que possam ser considerados
operatórios?
– Os conceitos operatórios desta disciplina poderão surgir das diversas teorias e modelos? E qual a sua utilidade?

V
A organização do que se vai escrevendo e pensando sob a alçada deste chapéu “Teoria da Enfermagem” possibilita sistematizar e abrir pistas para novas questões no propósito de fortalecer a enfermagem como corpo disciplinar específico.
Outras abordagens e designações como seja filosofia da enfermagem, ou epistemologia (da enfermagem) parecem-me de menor valia para este fim concreto, mais dirigidas, focalizadas naquilo que remete para um nível de abstracção mais elevado, mais perto mas não sinónimo de metateoria e por isso menos promissor em termos de organização do pensamento teórico em enfermagem.

A Teoria da Enfermagem nesta perspectiva comporta a existência e um pensamento sobre a enfermagem, sobre a própria estruturação desse pensamento teórico – metateoria, e sobre a dimensão da orientação prática da disciplina traduzida nas teorias de enfermagem  Teorias de enfermagem “definidas como a conceptualização de alguns aspectos da realidade de enfermagem comunicada com o propósito de descrever fenómenos, explicar relações entre fenómenos, predizer consequências ou prescrever cuidados de enfermagem” (Meleis, 2012)3.
Por último, o desenvolvimento da Teoria da Enfermagem dialecticamente a par do desenvolvimento da prática torna possível promover e qualificar, conhecimento e acção, esta actividade humana específica, respondendo a necessidades sociais em expansão, daquilo que se dá pela designação de enfermagem.
O propósito é nobre e o caminho longo.
Continuemos
Paulo Joaquim Pina Queirós

Referências:
1 – Kim, H. S. (2010): - The Nature of Theorical Thinking in Nursing, 3th ed. New York: Springer Publishing Company. (vide Queirós,
P. (2011): - “Enfermagem, Ciência Humana Prática”. Revista Sinais Vitais. Coimbra (97) Julho, pp13-16).
2 – Walker & Avant, (2011): - Strategies for Theory Construction in Nursing. 5th ed. Boston: Prentice Hall.
3 – Meleis, A. I.(2012): - Theoretical Nursing: Development and Progress. 5 th. ed. Pennsylvania: Wolters Kluwer / Lippincott
Williams & Wilkins.
4 – Chinn & Kramer (2011): - Integrated Theory and Knowledge Development in Nursing. 8th ed. St. Louis: Elsevier Mosby
5 – Meleis, A. I.(1997): - Theoretical Nursing: Definitions and Interpretations. In King & Fawcett, (1997): - The Language of Nursing
Theory and Metatheory. Indianapolis: Sigma Theta Tau Internacional. Honor Society of Nursing. Center Nursing Publishing.
6 – King & Fawcett, (1997): - The Language of Nursing Theory and Metatheory. Indianapolis: Sigma Theta Tau Internacional. Honor Society of Nursing. Center Nursing Publishing.
7 – Fitzpatrick (1997): - Nursing Theory and Metatheory. In King & Fawcett, (1997): The Language of Nursing Theory and Metatheory. Indianapolis: Sigma Theta Tau Internacional. Honor Society of Nursing. Center Nursing Publishing.
8 – Meleis, A. I. (2010): - Transitions theory: Middle-range and situation-specific theories in nursing research and practice. New York:
Springer Publishing Company.
9 – Schlossberg, N.K. (1981). A Model for Analysing Human Adaptation to Transition. Counseling Psychologist. 9 (2). 2-18.
 



 

ACTIVIDADE FÍSICA E AUTONOMIA INSTRUMENTAL DAS PESSOAS IDOSAS
Tânia Cristina Mendes Faria(1)

RESUMO
Aliada ao processo de envelhecimento está descrita uma diminuição progressiva da capacidade funcional e adaptativa do idoso, onde o sedentarismo parece actuar como factor desencadeante. Este trabalho pretende perceber se existe uma relação entre o nível regular de actividade física praticado pelas pessoas idosas e a sua autonomia instrumental.
Desenvolveu-se um estudo descritivo, correlacional e transversal, no ano 2010, com amostra intencional constituída por 100 indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos. A colheita de dados foi efectuada em dois ginásios e dois centros de dia localizados na cidade de Lisboa, e foram utilizados como instrumentos a Escala de Actividades Instrumentais de Vida Diária (Lawton & Brody, 1969) e o International Physical Activity Questionnaire (Craig et al., 2003).
Obteve-se uma média de idades de 76 anos, sendo 78% dos inquiridos do sexo feminino. Inseriram-se 30% na categoria de actividade física “ligeira”, 45% na “moderada” e 25% na “vigorosa”. Relativamente à autonomia instrumental, a maioria era moderadamente dependente. Verificou-se que o grau de autonomia instrumental dos idosos aumenta com o aumento da actividade física praticada (ρS = 0,815; p-value < 0,001).
A actividade física tem assim um papel importante no estilo de vida activo e saudável das pessoas idosas, nomeadamente ao nível da manutenção da autonomia instrumental, pelo que é essencial a qualificação de profissionais para actuar nesta faixa etária no âmbito da promoção e educação para a saúde e da prevenção de doenças e dependência funcional.

 

ABSTRACT
PHYSICAL ACTIVITY AND INSTRUMENTAL AUTONOMY OF THE ELDERLY PERSONS
Combined with the aging process is described a progressive decrease in functional and adaptive capacity of the elderly, where physical inactivity seems to act as a triggering factor. This work seeks to realize if there is a relationship between the level of regular physical activity practiced by elderly and its instrumental autonomy. A descriptive, related and transversal study was developed in the year 2010, with an intentional sample consisting of 100 individuals aged 60 years or above, of both genders. The data collection was carried out in two gymnasiums and two day care centers located in the city of Lisbon, and were used the Instrumental Activities of Daily Living Scale (Lawton & Brody, 1969) and the International Physical Activity Questionnaire (Craig et al., 2003).
A mean age of 76 years was obtained and 78% of the respondents were female. 30% were classified as having a “low” physical activity level, 45% as “moderate” and 25% as “high”. Regarding instrumental autonomy, most were moderately dependent. It was verified that the degree of instrumental autonomy of the elderly increases with increased physical activity (ρS = 0.815; p-value < 0.001).


(1) Enfermeira na Unidade de Atendimento não Programado Geral - IPOFG - Lisboa. Pós-graduação em Saúde Mental. Mestranda do 2º Curso de Mestrado em Saúde e Bem-estar das Pessoas Idosas - Universidade de Évora. Pós-graduanda no 2º Curso de Especialização em Enfermagem Médico-Cirurgica da ESE de Setúbal.




INDICADORES DE QUALIDADE EM LARES PARA IDOSOS
Telmo Aleixo(1); Ana Escoval(2); César Fonseca(3)

Verifica-se um envelhecimento da população não só em Portugal, como à escala mundial. Os lares para idosos são considerados muitas vezes como uma alternativa viável e de qualidade para as pessoas idosas. Contudo, não existem, ainda, ferramentas e programas de monitorização a nível nacional dos cuidados de saúde prestados nestas instituições.
Objectivos: Identificar, a partir do quadro internacional, um conjunto de indicadores de qualidade sensíveis aos cuidados de enfermagem em lares para idosos e verificar a sua aplicabilidade em Portugal.
Metodologia: A fim de identificar os supramencionados indicadores, foi efectuada uma revisão sistemática da literatura EBSCO (CINAHL, MEDLINE, British Nursing Index) e pesquisados artigos em texto integral (28-01-2009), publicados entre 1998/01/01 e 2008/12/31. Para reunir consenso sobre um conjunto de indicadores aplicável à realidade portuguesa, utilizámos a Técnica de Grupo Nominal.
Resultados: Identificámos 13 indicadores de qualidade sensíveis aos cuidados de enfermagem, a saber: Número de dias de internamento hospitalar por doente; Taxa de prevalência do diagnóstico médico de depressão; Taxa de quedas; Taxa de idosos que morrem sozinhos; Taxa de doentes com avaliação de sinais vitais; Taxa de incidência de utentes totalmente independentes e Taxa de incidência de utentes totalmente dependentes.
Conclusão: Através de uma revisão sistemática da literatura, foram identificados 14 indicadores de qualidade de saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem em lares de idosos com serviço de enfermagem permanente. A realização de uma reunião com aplicação da Técnica de Grupo Nominal possibilitou apurar, de entre os primeiros, um grupo final de 13 indicadores de qualidade passíveis de aplicar em Portugal.

Palavras-chave: Lares para idosos; indicadores de qualidade; resultados

INDICATORS OF QUALITY IN NURSING HOMES
There is an aging population not only in Portugal but also worldwide. Regularly, nursing homes are seen as a viable and a quality option for elderly people. Nonetheless, national tools and monitoring programs of care provided in these institutions do not exist.
Objectives: Regarding the international framework, to identify a set of quality indicators concerning nursing care in nursing homes and to verify its applicability in Portugal.
Methodology: In order to identify the indicators mentioned above, there was carried out a systematic literature review EBSCO (CINAHL, MEDLINE, British Nursing Index) and searched full-text articles (28/01/2009), published between 2008 and 01/01/1998 / 12/31. To achieve consensus on a set of indicators applicable to the Portuguese reality, we used the Nominal Group Technique.
Results: We identified 13 quality indicators sensitive to nursing care, namely: Number of days of hospitalization per patient; Prevalence rate of diagnosed depression; Rate of falls; Rate of elderly people who die alone; Rate of patients with assessment of vital signs; Incidence rate of completely independent users and Incidence rate of totally dependent users.

(1) Enfermeiro. Mestre em Gestão de Serviços de Enfermagem na Universidade Católica, Lisboa. [Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.">Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.].
(2) Professora Doutora na ENSP/UNL [Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.]
(3) Enfermeiro CHLN. Doutorando Universidade de Lisboa. Investigador UI&DE [Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.">Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.].

 

 


 


A VIDA APÓS O TRANSPLANTE O COPING E A VULNERABILIDADE AO STRESS NO INDIVÍDUO TRANSPLANTADO RENAL
Tânia Catarina Saraiva Oliveira(1); Paulo Joaquim Pina Queirós(2)

RESUMO

Com a presente investigação pretende-se estudar o coping e a vulnerabilidade ao stress dos indivíduos transplantados renais. Na tentativa de compreender este fenómeno, realizámos um estudo descritivo-correlacional, através do qual procurámos identificar as estratégias de coping usadas pelo indivíduo transplantado renal e determinar a existência de relação com a vulnerabilidade ao stress, bem como com variáveis sócio-demográficas e clínicas. Para obtermos uma representação fiável das variáveis em estudo, recorremos a 3 instrumentos de colheita de dados: questionário sócio-demográfico, o Inventário de Resolução de Problemas (IRP) e o 23 Questões para avaliação da vulnerabilidade ao Stress (23 QVS). Verificámos que os indivíduos integrantes da amostra apresentavam vulnerabilidade ao stress, particularmente no “Perfeccionismo e intolerância à frustração”, nas “Condições de vida adversas” e na pouca capacidade afirmativa (“Subjugação”). Os mais vulneráveis (n=59) usam menos estratégias de coping, nomeadamente as de confrontação e de controlo interno.
Palavras-chave: vulnerabilidade ao stress, coping, transplante renal


ABSTRACT

LIFE AFTER TRANSPLANT- THE STRESS VULNERABILITY AND COPING IN THE KIDNEY TRANSPLANT

With this research we intend to study the vulnerability to stress and coping of transplanted kidney individuals.
In trying to understand this phenomenon, we conducted a descriptive-correlational study, through which we sought to identify the coping strategies used by the transplanted kidney individual and to determine the existence of a relationship with vulnerability to stress, as well as clinical variables and socio-demographic variables. To obtain a reliable representation of the study variables, we turn to three instruments of data collection: socio-demographic questionnaire, the Problem Solving Inventory (IRP) and 23 questions for assessing vulnerability to stress (23 QVS). We found that the individuals included in the sample showed vulnerability to stress, particularly on “Perfectionism and intolerance to frustration,” in “adverse conditions of life” and so little ability (“subjugation”). The most vulnerable (n = 59) use fewer coping strategies, particularly those of confrontation and internal control.

(1) Enfermeira no Serviço de Transplantação Renal dos HUC, EPE. Mestre em Enfermagem pela Universidade Católica Portuguesa.Pós-graduada em Economia e Gestão de Organizações de Saúde. Especialista em Enfermagem de Reabilitação.
(2 )Professor Coordenador na ESEnfC, PhD, Investigador da UICISA-E.




TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA LITERACIA EM SAÚDE MENTAL (QUALISMENTAL1) PARA ADOLESCENTES E JOVENS PORTUGUESES A PARTIR DE UM FOCUS GROUP
Luís Loureiro2; Ana Pedreiro3; Susana Correia4

RESUMO
Este artigo tem como objectivo apresentar o processo de tradução, adaptação e validação do Questionário de Literacia em Saúde Mental (QuALiSMental) a partir da versão original do Survey of Mental Health Literacy in Young People – Interview Version (Jorm, 1997, 2000). O instrumento foi submetido a um processo de tradução, retroversão, tradução e adaptação de conteúdos por profissionais de saúde mental e um especialista na língua materna do instrumento original. Posteriormente foi realizado um focus group com 8 adolescentes e Jovens, com intuito de avaliar a compreensão, preferência, aceitação e previsão do tempo médio de resposta.
Observou-se que o tempo médio de resposta é de 37,80 minutos para as questões com 3 cenários (depressão, esquizofrenia e problemas associados ao consumo de álcool), revelando-se compreensível nos conteúdos e formatos de resposta apresentados. Na versão final a administrar passam a constar três cenários (em vez dos 4 cenários originais) cada um com os seguintes domínios: a) Reconhecimento das perturbações; b) Acções de Procura de Ajuda e Barreiras percebidas; c) Crenças e intenções sobre prestar a primeira ajuda; d) Crenças sobre intervenções; e) Crenças sobre Prevenção; f) Atitudes Estigmatizantes e Distância Social; g) Exposição (familiaridade) com as perturbações mentais; h) Impacto das campanhas e da exposição nos meios de comunicação.
O Questionário de Literacia em Saúde Mental (QuALiSMental), na versão para adolescentes e Jovens, inclui ainda a versão breve do ICDM de Loureiro (2008) e revela ser um instrumento promissor na caracterização da literacia em saúde mental dos adolescentes e jovens Portugueses.

Palavras-chave: Literacia em Saúde Mental; focus group; adolescentes e jovens

ABSTRACT
Translation, adaptation and validation of a Survey of Mental Health Literacy (QuALiSMental) for Portuguese Teenagers and Youth through a focus group. The objective of this article is to present the translation, adaptation and validation process of the Mental Health Literacy Survey (QuALiSMental) from the original version of the Survey of Mental Health Literacy in
Young People - Interview Version (Jorm, 1997, 2000). The instrument was submitted to a translation, retranslate, translation and contents adaptation process trough mental health professional and a specialist on the native language of the original instrument. Subsequently a focus group with 8 teenagers and youth was conducted, in order to evaluate the comprehension, the preference, the acceptation and the prediction of the average answer time.

1 No âmbito do programa: Mental Health Education and Sensitisation: A School-based Intervention Programme for Adolescents and Young [PTDC/CPE-CED/112546/2009], inscrito na UICISA-E [ESEnfC] e financiado por fundos nacionais através da FCT/MCTES (PIDDAC) e co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do COMPETE – Programa Operacional Fatores de Competitividade (POFC) do QREN.
2 Professor Adjunto da ESEnfC – UCPSMP; Ph.D; Investigador da UICISA-E; Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
3 Bolseira da FCT na UICISA-E. Mestranda em Educação para a Saúde – ESEC e ESTeSC
4 Enfermeira no CHP de Coimbra. Mestranda em ESMP – ESEnfC
Revista Investigação em Enfermagem (2012). fev.: 42-48

 

 




INTERVENÇÃO EDUCATIVA JUNTO DE UM GRUPO DE ENFERMEIROS DE UM SERVIÇO DE MEDICINA. IMPACTO NA PRÁTICA DA TERAPÊUTICA INALATÓRIA
Maria do Carmo Oliveira Cordeiro (1)

RESUMO
O presente estudo, teve por objectivo avaliar, num grupo de enfermeiros de um serviço de medicina, o impacto de uma intervenção educativa na melhoria dos procedimentos a executar na prática da terapêutica inalatória.

A amostra do estudo (amostra por conveniência) foi constituída por oito enfermeiros do serviço de medicina do Hospital Curry Cabral, sem anterior formação específica na área da terapêutica inalatória, mas com experiencia profissional prévia com doentes respiratórios. O estudo decorreu em dois momentos de avaliação: avaliação
0 (antes da intervenção educativa) e avaliação 1 (após a intervenção educativa). Os resultados do estudo mostraram que o grupo dos enfermeiros da nossa amostra detinha já alguns conhecimentos de carácter teórico, de âmbito geral, sobre a terapêutica inalatória, mas conhecimentos pouco sólidos. Verificou-se, ainda, um deficiente domínio de conteúdos de carácter mais específico e prático sobre terapêutica inalatória, por exemplo, a importância de determinados procedimentos - agitação do inalador, tempo de pausa entre cada inalação, cuidados de manutenção da câmara expansora, higienização da cavidade bucal após a inalação dos corticosteróides.
Observou-se a execução de passos incorrectos e mesmo omissão de passos por parte dos enfermeiros, antes da intervenção educativa, relativamente à técnica de inalação com MDI, quer do MDI com câmara expansora.

ABSTRACT
Educational intervention within a group of nurses of a medicine service. Impact of inhalation therapy on practice. This study fits in the domain of in-service training of professional nurses. It was aimed to assess the impact of an educational intervention and the consequent improvement of the practice of inhalation therapy in a group of nurses from a medical service.The study sample (convenience sample) was consituted by eight nurses from the medical service, Hospital Curry Cabral without previous special training in the field of inhalation therapy, but with prior experience with patients with respiratory diseases. The study ran in two moments of evaluation: evaluation 0 (before the educational intervention) and evaluation 1 (post-intervention). The study results showed that the group of nurses in our sample had already some knowledge of theoretical nature (general scope of the inhalation therapy) but little solid knowledge.In fact, a relatively weaker knowledge was registerd in what concerns specific and practical knowledge about inhalation therapy, for example, the importance of certain procedures - shaking the inhaler, pause between each inhalation, maintenance care of spacer device, mouth cavity hygiene after inhalation of corticosteroids. As for the observation of the inhaler technique, it was found that the group of nurses had a poor inhalation technique, in what concerns inhalation technique with MDI or MDI with spacer device, with a performance with several incorrect steps, or even omission of steps by nurses before the educational intervention.


(1) Enfermeira especialista em enfermagem de Reabilitação/ Mestre em Saúde e Aparelho Respiratória

 

 



 

ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DA ESCALA DAS CAPACIDADES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL (EVB-CIE) EM ENFERMEIROS

Carlos Vilela (1); Margarida Filipe(2)

RESUMO

A Escala Veiga Branco das Capacidades da Inteligência Emocional - EVB-CIE, que engloba cinco sub-escalas, foi construída originalmente com 85 itens para avaliar a Inteligência Emocional de professores segundo um modelo teórico de Goleman. Este artigo apresenta as características psicométricas do instrumento adaptado à população de enfermeiros, numa amostra de 214 enfermeiros de um Hospital Português. Após a análise factorial das componentes principais, pelo método de rotação Varimax, obtiveram-se 84 itens que sugerem um agrupamento em 17 factores, relativos às cinco capacidades da inteligência emocional: Autoconsciência (4); Gestão de Emoções (5); Automotivação (3); Empatia (3) e Gestão de Relacionamentos em Grupos (2). Todas as sub-escalas apresentaram alfas de Cronbach acima de 0,60. Quanto à validade do construto e consistência interna, os resultados sugerem uma configuração diferente nesta amostra de enfermeiros, quando comparada com a população original de professores. Esta validação, devendo ser mais replicada, indica o potencial deste instrumento na avaliação das capacidades de inteligência emocional dos enfermeiros portugueses, em contexto hospitalar, tanto ao nível global como ao nível de cada uma das sub-escalas.

Palavras-chave: Enfermagem, gestão em saúde, administração de recursos humanos em saúde, inteligência emocional, validade e fidedignidade, análise factorial.

ABSTRACT
ADAPTATION AND VALIDATION OF CAPACITIES OF EMOTIONAL INTELLIGENCE SCALE (EVB-CIE) IN NURSES.
Veiga Branco Scale of Emotional Intelligence Capabilities - EVB-ICE, which comprises five sub-scales, was originally built with 85 items to assess the emotional intelligence of teachers according to a theoretical model of Goleman. This article presents the psychometric characteristics of the instrument adapted to the population of nurses in a sample of 214 nurses from a Portuguese Hospital. After the principal component factor analysis by Varimax rotation method, we obtained 84 items that suggest a cluster of 17 factors for the five skills of emotional intelligence: Self-Awareness (4); Managing Emotions (5) Self-Motivation (3) Empathy (3) and Relationship Management Groups (2). All subscales have Cronbach alphas above 0,60. As for construct validity and internal consistency, the results suggest a different configuration in this sample of nurses, compared with the original population of teachers. This validation, which should be replicated in further studies, indicates the potential of this tool in the evaluation of emotional intelligence capacities of the portuguese nurses in the hospital, both globally and at the level of each of the subscales.

(1) Doutorando em Enfermagem no ICS-UCP. Mestre em Gestão Pública. Pós-graduado em Supervisão Clínica em enfermagem. Licenciado em Enfermagem. Professor Adjunto da ESE Porto .

(2) Doutoranda em Enfermagem no ICS-UCP. Mestrda Unidade Local de Saúde dee em Ciências de Enfermagem. Licenciada em Enfermagem. Enfermeira Directora da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE.


PREVALÊNCIA DE DORES NAS COSTAS E FACTORES DE RISCO ASSOCIADOS, DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

Arménio Cruz (1); Henrique Nunes (2)

RESUMO

A enfermagem é uma das profissões de maior risco no desenvolvimento de problemas a nível da coluna vertebral, dado o contexto ocupacional da sua actividade. Tendo em conta as características da sua formação, os estudantes de enfermagem são também uma população de risco. No entanto, estudos recentes referem que esses problemas podem iniciar-se durante adolescência e, por isso, a dimensão, a localização e as causas de dores nas costas neste grupo de estudantes, e futuros enfermeiros, está por esclarecer. Neste contexto, esta revisão sistemática da literatura pretende identificar a prevalência e os fatores de risco de dores nas costas em estudantes de enfermagem.
Os estudos foram selecionados em diversas bases de dados de referência, entre Janeiro de 2000 e Abril de 2011, tiveram em conta critérios de inclusão e descritores pré definidos, segundo a metodologia PICO, seguindo um processo sistemático desde a seleção dos recursos de pesquisa até à avaliação crítica dos textos selecionados.
Foram incluídos 10 artigos de boa e moderada qualidade metodológica e, apesar da incongruência no conceito de dor nas costas, as prevalências variam a nível temporal e local. Os fatores de risco são multidimensionais, não se observando evidências claras.
Sugerem-se futuras investigações, de preferência prospetivas, de forma que a evidência científica resultante, permita às escolas de enfermagem desenvolverem programas e estratégias de prevenção adequadas, mais eficazes e eficientes.

Palavras-chave: Dores de costas, estudantes de enfermagem, prevalência

PREVALENCE OF BACK PAIN AND RISK FACTORS ASSOCIATED OF NURSING STUDENTS: SISTEMATIC LITERATURE REVIEW

ABSTRACT

Nursing is one of the professions with the highest risk of developing back problems, due to the occupational context of this activity.
Given the characteristics of their academic education, nursing students are also a risk group. However, recent studies state that those problems can also start throughout adolescence and therefore the dimension, location and causes of back pain in this group of students and future nurses is unclarified. In this sense, this systematical literature review aims to identify the prevalence and risk factors of back pain on nursing students. These studies were selected from several data bases of reference data, between January of 2000 and April of 2011, and took into account inclusion criteria and pre-defined descriptors, according to the PICO methodology, following a systematic process from the research resources selection to the critical evaluation of the selected texts.
Ten articles of good and moderate methodology were included and in spite of the back pain concept’s incongruousness, the prevalence varies in time and place. The risk factors are multidimensional since clear evidences were not observed.
We suggest future investigations, preferably prospective ones so that the resultant scientific evidence allows nursing schools to develop adequate prevention programs and strategies, more effective and efficient.

Keywords: Back pain, nursing students, prevalence

(1) PhD, MSc, RN, Prof. Coordenador - ESEnfC, Enfermeiro de Reabilitação, Investigador da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde, Enfermagem – UICISA-E. Contacto: Telem.:
916631039; email: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
(2) MSc, RN, Docente - ESEnfC, Enfermeiro de Reabilitação, Investigador da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde, Enfermagem – UICISA-E

 


 


A UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DOS GRUPOS FOCAIS NA METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA

Ana Paula Lima Nunes (1)

RESUMO
Este artigo pretende sistematizar a informação sobre a utilização da técnica dos grupos focais nos trabalhos

de investigação. Será apresentada uma definição da técnica, as suas características metodológicas, a contextualização da sua utilização, a constituição do grupo e a sua condução pelo moderador. A técnica dos grupos focais será apresentada neste trabalho, como uma técnica de recolha de dados, que pode ser utilizada em qualquer momento de uma investigação, de forma isolada ou como complemento de outras metodologias, de âmbito qualitativo ou quantitativo. Este artigo não pretende ser um manual sobre grupos focais, mas sim contribuir para
uma análise crítica e uma utilização criteriosa deste procedimento metodológico.

Palavras-chave: Grupos focais; metodologia; investigação

THE USE OF THE TECHNIQUE OF THE FOCAL GROUPS IN THE METHODOLOGY OF QUALITATIVE INVESTIGATION
This article intends to systematize the information about the use of the technique of the focal groups in the investigation works. A definition of the technique will be presented, its methodological characteristics, the context of its use, the constitution of the group and its conduction for the moderator. The technique of the focal groups will be presented in this work, as a technique of it picks up of data, that it can be used in any moment of the investigation, in an isolated way or as complement of another methodologies, of qualitative or quantitative ambit. This article doesn’t intend to be a manual on focal groups, but yes to contribute for a critical analysis and an use discerning of this methodological procedure.

Keywords: Focal groups; methodology; investigation

(1) Licenciatura em Enfermagem; Licenciatura em Psicologia Clínica; Mestrado em Psicopatologia e Psicologia Clínica; Especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria; Especialização
em Bioética; Doutoranda em Bioética; Doutoranda em Psicologia. Professora-Adjunta na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa.