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ACTIVIDADE FÍSICA E AUTONOMIA INSTRUMENTAL DAS PESSOAS IDOSAS
Tânia Cristina Mendes Faria(1)

RESUMO
Aliada ao processo de envelhecimento está descrita uma diminuição progressiva da capacidade funcional e adaptativa do idoso, onde o sedentarismo parece actuar como factor desencadeante. Este trabalho pretende perceber se existe uma relação entre o nível regular de actividade física praticado pelas pessoas idosas e a sua autonomia instrumental.
Desenvolveu-se um estudo descritivo, correlacional e transversal, no ano 2010, com amostra intencional constituída por 100 indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos. A colheita de dados foi efectuada em dois ginásios e dois centros de dia localizados na cidade de Lisboa, e foram utilizados como instrumentos a Escala de Actividades Instrumentais de Vida Diária (Lawton & Brody, 1969) e o International Physical Activity Questionnaire (Craig et al., 2003).
Obteve-se uma média de idades de 76 anos, sendo 78% dos inquiridos do sexo feminino. Inseriram-se 30% na categoria de actividade física “ligeira”, 45% na “moderada” e 25% na “vigorosa”. Relativamente à autonomia instrumental, a maioria era moderadamente dependente. Verificou-se que o grau de autonomia instrumental dos idosos aumenta com o aumento da actividade física praticada (ρS = 0,815; p-value < 0,001).
A actividade física tem assim um papel importante no estilo de vida activo e saudável das pessoas idosas, nomeadamente ao nível da manutenção da autonomia instrumental, pelo que é essencial a qualificação de profissionais para actuar nesta faixa etária no âmbito da promoção e educação para a saúde e da prevenção de doenças e dependência funcional.

 

ABSTRACT
PHYSICAL ACTIVITY AND INSTRUMENTAL AUTONOMY OF THE ELDERLY PERSONS
Combined with the aging process is described a progressive decrease in functional and adaptive capacity of the elderly, where physical inactivity seems to act as a triggering factor. This work seeks to realize if there is a relationship between the level of regular physical activity practiced by elderly and its instrumental autonomy. A descriptive, related and transversal study was developed in the year 2010, with an intentional sample consisting of 100 individuals aged 60 years or above, of both genders. The data collection was carried out in two gymnasiums and two day care centers located in the city of Lisbon, and were used the Instrumental Activities of Daily Living Scale (Lawton & Brody, 1969) and the International Physical Activity Questionnaire (Craig et al., 2003).
A mean age of 76 years was obtained and 78% of the respondents were female. 30% were classified as having a “low” physical activity level, 45% as “moderate” and 25% as “high”. Regarding instrumental autonomy, most were moderately dependent. It was verified that the degree of instrumental autonomy of the elderly increases with increased physical activity (ρS = 0.815; p-value < 0.001).


(1) Enfermeira na Unidade de Atendimento não Programado Geral - IPOFG - Lisboa. Pós-graduação em Saúde Mental. Mestranda do 2º Curso de Mestrado em Saúde e Bem-estar das Pessoas Idosas - Universidade de Évora. Pós-graduanda no 2º Curso de Especialização em Enfermagem Médico-Cirurgica da ESE de Setúbal.